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1978

No ano em que o Brasil tinha mais uma Copa do Mundo pela frente, no Paraná, o Campeonato Paranaense começava bem mais tarde, no dia 29 de agosto, sendo mais uma vez dividido em chaves Norte e Sul. Iniciado o torneio, aconteceu um dos fatos mais marcantes para o futebol paranaense. Em setembro, uma tragédia ocorreu na partida entre Grêmio e Colorado, em Maringá. Num lance casual com o atleta Nivaldo, o zagueiro Valtencir, do Colorado, sofreu uma queda e teve uma ruptura na coluna cervical, provocando morte instantânea. Um mês depois, numa atitude ilustre, promoveu-se um jogo beneficente entre os mesmos clubes, fazendo com que a renda se revertesse à família do atleta.

Outro acontecimento que ainda permanece vivo na mente de muitos, ocorreu no dia 5 de novembro. O Atlético estava sendo goleado pelo clube da Vila Capanema, em plena Baixada, por 4 a 0. Faltando apenas 16 minutos para acabar o jogo, muitos torcedores atleticanos, já desiludidos, abandonavam o estádio, carregando um profundo silêncio. Eis que o centro-avante Ziquita, numa jogada inesperada, aos 30 minutos, fez o que parecia ser o gol de honra para os rubro-negros. Dali quatro minutos, o mesmo Ziquita fez o segundo, pegando um rebote de surpresa. E enquanto a torcida vibrava, ainda um pouco incrédula diante dos acontecimentos, Ziquita fez o terceiro gol. O estádio quase veio abaixo e alguns torcedores, que haviam abandonado o estádio, começaram a retornar, arrombando as portas da Baixada.

Do lado do Colorado, os jogadores não acreditavam no que viam. A torcida, eufórica, que já estava aceitando o placar, avistaram novamente o crioulo doido, vindo das trevas, decretando aos 43 minutos o empate. Em 14 minutos, Ziquita fez quatro gols e enlouqueceu a nação atleticana. Torcedores há mais de 30 anos simplesmente não acreditavam naquele espetáculo. E mais: o quinto gol só não saiu porque a cabeçada de Ziquita, aos 44 minutos, chocou-se com o travessão do goleiro Alexandre, que não estava entendendo mais nada do que estava acontecendo. Um empate dramático, heróico, milagroso, que estimulou a equipe para as finais do torneio.

Como não poderia deixar de ser, Atlético e Coritiba novamente se enfrentavam numa final de campeonato, disputando o título por meio de uma série “melhor de três”. Todos os recordes de público foram batidos. No dia 10 de dezembro foi realizada a primeira partida, onde o rubro-negro comandou o espetáculo, que terminou empatado em 0 a 0. Três dias depois, o segundo jogo foi marcado por substituições que alteraram toda a formação ofensiva do time, comandado pelo técnico Diede Lameiro. A partida, realizada na Baixada, contou com 47.307 torcedores, que viram o Atlético mandar na partida, embora novamente não tenha saído de um empate, em 0 a 0. Na terceira e última partida o título finalmente seria decidido.

Mais de 55 mil pagantes viram um Atlético na retranca, temendo qualquer jogada ofensiva do Coritiba. Com o 0 a 0 da prorrogação, depois de 300 minutos de futebol sem gols, as equipes foram para a disputa do título nos pênaltis. Resultado: somente Rotta marcou para o rubro-negro, pois seus companheiros ou chutaram para fora ou em cima do goleiro Manga. Mais um vice-campeonato, mais um título escapou das mãos do Atlético. Tendo como presidente, Antônio Sérgio Guimarães Lück, que promoveu melhorias na Baixada e adquiriu o Parque Aquático, o rubro-negro terminou a competição com 10 vitórias, nove empates e duas derrotas.

Década de 1970:
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