Hino A torcida do Atlético deve muito ao Capitão Othonio Benvenuto. Talvez ele nunca tenha estado em Curitiba, nunca tenha visto um jogo na Baixada ou até mesmo nem saiba os grandes jogadores que já atuaram pelo rubro-negro paranaense. Mesmo com total desconhecimento da causa atleticana, o Capitão Benvenuto foi o responsável pela regência de um dos hinos de futebol mais bonitos do Brasil. Interpretado pela banda do Corpo de Bombeiros do Estado da Guanabara, a letra de Genésio Ramalho e a música de Zinder Lins impulsionam os corações dos apaixonados pelas cores vermelha e preta. A história do hino atleticano começou nas comemorações do bicampeonato invicto de 29/30. No calor da conquista, o artilheiro Zinder Lins (foto) decidiu homenagear o Atlético de uma maneira especial. Naquela época, era comum criarem-se versos para comemorar as principais vitórias e títulos. O diferencial de Zinder foi que ele compôs uma letra que servia para todas as vitórias da equipe, que poderia se tornar eterna. Ao invés de enaltecer apenas aquela conquista, ele optou por homenagear o próprio Atlético. Assim, ao som do tango, ritmo popular na época, Zinder compôs uma música que não seria passageira: “Atlético, Atlético! Vamos marchar sempre entoando O Coração do Atleticano A tradição da nossa raça A flâmula vermelha e preta É por isso e mais por isso A música foi um sucesso, caindo rapidamente no gosto popular. Nas comemorações do título Paranaense de 1943, a melodia foi várias vezes repetida, ganhando também uma paródia provocando o rival Coritiba, que nas duas partidas da final perdeu para o time atleticano por 3 a 2: “Atlético! Atlético! Por duas vezes de 3 a 2 Atlético! Atlético! Vibra hoje minha gente Atlético! Atlético! Outro sucesso entre os torcedores na época foi a paródia do tango ”Alsa, alsa Manolita”: “Alsa, alsa Coritiba A identificação com o torcedor era evidente. Por causa disso, o presidente Manoel Aranha decidiu transformar a melodia de Zinder Lins no Hino Oficial do Clube Atlético Paranaense. Contratou o músico J. Cibelli para musicar a letra. Mas, descobriu-se que era um plágio do hino dos Estados Unidos, "God Bless America". O músico Genésio Ramalho, da Orquestra do Genésio, que havia jogado no Atlético, resolveu ir atrás de uma melodia só para o Atlético. Para encurtar a extensa letra, o ex-dirigente Aníbal Borges Carneiro eliminou algumas estrofes, introduzindo alguns versos e transformando, definitivamente, a letra do hino atleticano. Apesar dos retoques, a autoria final acabou ficando para a letra de Zinder Lins e música de Genésio Ramalho: “Atlético! Atlético! Vamos marchar Atlético! Atlético! Atlético! Atlético! A tradição, vigor sem jaça, Atlético! Atlético! Algum tempo depois, Zinder e Genésio elaboraram um documento doando, “ad perpetuam”, os direitos autorais do hino ao Clube Atlético Paranaense. Em 1968, a melodia foi gravada pela Banda do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro. Em concurso realizado pela Rádio Record de São Paulo, foi cantando pelo conjunto “Titulares do Ritmo” e eleito o hino de futebol mais bonito do Brasil. Hoje, a letra do hino atleticano é uma espécie de senha dentro da Baixada. Cantado com amor e idolatria pelos atleticanos, a melodia, que no seu início embalou a conquista do bi-campeonato invicto de 29/30, continua ditando o ritmo das vitórias e conquistas atleticanas. |