Se de um lado, o mundo se encantava com o futebol de Pelé, Jairzinho e Rivelino, de outro, a manchete dos jornais paranaenses não poderia ser outra. "Nosso futebol só entra em crises", dizia o jornal A Voz do Paraná nos primeiros dias do ano. E não era para menos. No Atlético, a situação estava bem difícil, com dívidas que ultrapassavam 800 mil cruzeiros novos. Sob o comando do presidente Rubens Passerino Moura, o Atlético amargou 12 anos de angústia, com direito à última colocação em 1967. No dia 1º de fevereiro de 1970, dava-se início o Campeonato Paranaense, onde já na primeira rodada, o Atlético começou perdendo para o União. A crise financeira era estrondosa e o time persistia nos resultados inexpressivos, sem bons atacantes e com uma defesa falha.

Aos poucos, o Atlético foi se acertando no campeonato. Conseguiu arrumar 11 jogadores, contratou o zagueiro Wilmar e acertou a situação do ponta-esquerda Nílson. Além disso, o rubro-negro tinha no elenco um dos maiores goleadores da história do futebol paranaense: Djalma Santos. Ao contrário do que muitos acreditavam, o rubro-negro levou a melhor no Atletiba, cuja vitória deu mais ânimo para a equipe continuar na competição. Na segunda fase, o Atlético chegou a ser líder da competição, após vencer por 1 a 0 o União, com gol de Sicupira, sendo um dos acontecimentos mais festejados pela vibrante torcida atleticana.

Depois de muitos altos e baixos, o Atlético entrou em campo contra o Seleto, em Paranaguá, no dia 13 de setembro, para decidir o título de Campeão Estadual. E não deu outra. A exemplo do placar entre Brasil e Itália, na final da Copa do Mundo do México, o Atlético ganhou por 4 a 1, com gols de Nilson, Nelsinho, Liminha e Toninho, e teve o artilheiro da competição: Sicupira, com 20 gols.