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1972

O início desse ano para o futebol paranaense foi turbulento. No primeiro mês, uma simples reunião entre os clubes que iria discutir a reformulação do Campeonato Paranaense acabou sendo um disputado Atletiba. De um lado, os representantes de 14 clubes, liderados pelo então presidente do Atlético, o explosivo Lauro Rego Barros, que entrou em campo com muita torcida e disposição, jogando abertamente no ataque. De outro, sozinho, fechado na defesa, Evangelino da Costa Neves, presidente do Coritiba na época. Os 14 clubes, deficitários financeiramente em sua maioria, queriam iniciar o campeonato em janeiro, prorrogando-o por mais três meses, com pontos corridos e com uma fase de classificação. Porém, o Coritiba não queria conversa, mesmo porque o clube já estava com excursões programadas para aquele período.

Como a modificação do regulamento exigia a unanimidade, os clubes tiveram que esperar o alviverde disputar o nacional (que teve o Palmeiras como campeão) para dar início ao Campeonato Estadual. Enquanto isso, Atlético, Colorado, Pinheiros e Ponta Grossense realizaram o Torneio Pinheiros, disputado em um único turno, com rodadas duplas. Sendo assim, as torcidas foram em massa aos estádios, cujas rendas ultrapassaram Cr$ 15.000,00. E o campeão não poderia ser outro: Atlético Paranaense, tendo como vice o Colorado.

Para o Estadual, o Atlético contratou vários jogadores, que integraram a equipe que ainda é considerada por muitos, a melhor da história rubro-negra: Picasso, Cláudio Deodato, Di, Alfredo, Júlio, Valtinho, Sérgio Lopes, Buião, Sicupira, Tião Quelé, Paulo Roberto e Nílson Borges. Para o comando do time, o Atlético contratou o técnico Valdemar Carabina, que havia jogado como zagueiro no Palmeiras por oito anos. Porém, os salários continuavam atrasados, a equipe persistia em jogar mal e a torcida acreditava muito menos em seu clube do que num possível bi campeonato do rival, Coritiba. Carabina chegou ao clube e falou abertamente sobre a situação crítica do time. “ Os zagueiros jogam em linha, falta um esquema de jogo, a bola leva muito tempo para ir da defesa ao ataque e há excesso de passes nas laterais. Não gostei ”, revelou ele, que até acreditava no time, desde que viessem reforços. Naquele ano, o Atlético teve como presidente o ex-secretário da Educação e da Cultura do Estado, Lauro Rego Barros, que foi um grande político e esportista. Lauro havia participado da equipe atleticana como goleiro em 1939 e permaneceu no cargo até o ano seguinte.

Na fase de classificação, o Atlético foi campeão do primeiro turno, após uma vitória contra o União Bandeirantes, por 1 a 0. Dos 28 jogos disputados, o Atlético venceu 18 e decidiria o título com o campeão do 2º turno.

Em setembro, o campeonato acabou indo para uma final em série de “melhor de três”. O Coritiba ganhou a primeira, devolvendo o 1 a 0 do jogo anterior. Sustentando o 0 a 0 do segundo jogo, o Coritiba sagrou-se bicampeão estadual, para a tristeza da torcida atleticana. Porém, o artilheiro do campeonato, mais uma vez, foi Sicupira, com 29 gols.
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