Um ano da "era Baier" no Furacão

Aos 35 anos, Paulo Baier sente orgulho em dizer que “está em casa”. Nesta sexta-feira, 04 de junho, faz exatamente um ano que o experiente jogador assinou com o Atlético. O clima do time, naquela época, não era muito diferente do momento atual vivido pelo Rubro-Negro. Mas com ingredientes como a liderança, a qualidade técnica, a identificação com a torcida fizeram com que Paulo Baier fosse mais do que um atleta no elenco atleticano. Em um ano defendendo o clube, são 48 jogos disputados, 13 gols marcados e um exemplo de superação, determinação e respeito à camisa que veste. Mesmo sem conquistar nenhum título pelo Furacão até agora, Paulo Baier já está na galeria de ídolos da torcida atleticana. Os motivos? Qualquer atleticano sabe de cor, mas nunca é demais relembrar.

O coro na Arena da Baixada já diz que ali está um jogador diferenciado: “Paaaaaulo! Paulo, Paulo, Paulo, Paulo! É Paulo Baier!” cantam centenas, milhares de torcedores atleticanos, num ato de homenagem e agradecimento ao capitão do time. Principal nome do elenco atleticano, Baier transforma com liderança, raça, disposição, jogadas diferenciadas e surpreendentes, gols uma torcida em uma legião de fãs e admiradores.

Chegada com incertezas

Paulo Baier jogou 48 jogos no Atlético até agora [foto: JORNAL DO ESTADO/Franklin de Freitas]

Quando chegou ao Atlético, em 04 de junho de 2009, a situação do time não era muito confortável. As negociações para a vinda de Baier tiveram com intermediário o então técnico Geninho, com quem tinha trabalhado no Goiás. Baier era visto por alguns com desconfiança, já que semanas antes havia se desentendido publicamente com o técnico Nelsinho Baptista e teve seu contrato rescindido pelo Sport. O experiente jogador, que em campo já tinha mostrado a sua qualidade, era uma dúvida: seria ele o líder e a peça de qualidade para o elenco atleticano, ou mais um jogador consagrado e problemático a vier para o clube? A dúvida acabou antes mesmo dele estrear com a camisa atleticana.

Em seu primeiro dia em Curitiba, num domingo, foi à Arena da Baixada e viu o Atlético ser goleado pelo Galo Mineiro por 4 a 0, resultado que custou o cargo de Geninho. Além do mau futebol apresentado, a situação na classificação era péssima: o time era o último colocado, empatado com o Coritiba, com apenas um ponto em cinco rodadas. A situação era desesperadora, mas mesmo com a saída de Geninho, que lhe tinha feito o convite para vir ao Furacão, Baier decidiu ficar no time.

E ficou com um responsabilidade ainda maior: ser o comandante dentro de campo do time atleticano. Baier fez isso e muito mais: foi o principal condutor do time na campanha de recuperação no Brasileiro. Passes, jogadas geniais, muita disposição, gols. Liderança dentro e fora de campo, combustíveis necessários para impressionar e conquistar o torcedor rubro-negro. No Brasileiro do ano passado foram 30 jogos e 8 gols. Mais do que isso: a experiência e o talento de Paulo Baier foram fatores essenciais na permanência atleticana na elite do futebol nacional.

Em outubro de 2009, ele renovou contrato com o Atlético até o final de 2010. No final da temporada passada, revelou à imprensa que se sente muito bem no Atlético e que pretende jogar mais dois ou três anos pelo Furacão, além de buscar uma marca própria: chegar aos 100 gols no Brasileiro. “Nunca tive tanta identificação com um clube como agora, nem no Goiás, onde joguei por quatro anos. Estou tendo prazer de jogar e estou conseguindo jogar bem”, disse em entrevista a Furacao.com no ano passado.

Sua vinda ao Atlético foi reconhecida pela imprensa nacional e internacional como uma grande contratação. Segundo a revista Four Four Two, Baier é o 27º melhor jogador do país ( Segundo revista, Paulo Baier é o 27° melhor do país). Em reportagem da Revista Placar, a contratação de Baier foi apontada como uma das cinco melhores do país em 2009 ( Contratação de Baier foi uma das melhores, segundo a Placar).

Este ano, Baier desfalcou o Rubro-Negro durante grande parte do Paranaense, devido a um estiramento de grau dois para três no músculo adutor da coxa esquerda. Atuou mais na segunda e decisiva fase, mas não conseguiu ser o diferencial do time para a conquista do Estadual.

No Brasileiro, Baier voltou a atuar bem na última rodada, contra o Botafogo. Fez gols, fez a diferença. Comandou o time e ditou o ritmo da torcida para a vitória atleticana de virada por 3 a 2, na base da superação!

É assim, com essa trajetória, que Paulo Baier vai construindo a sua trajetória no Atlético, clube que ele se sente bem, se identifica. E é assim que a torcida vai, a cada dia, depositando mais confiança e certeza no bom trabalho do maestro Paulo Baier. Que essa história de amor e identificação perdure por muitos e muitos anos. Porque a cada jogo na Baixada, ele pode ter uma certeza: nas arquibancadas irá ecoar, com orgulho e amor, o coro que já se tornou tradicional: “Paaaaaulo! Paulo, Paulo, Paulo, Paulo! É Paulo Baier!”

Clique aqui e relembre a entrevista de Baier ao site da Torcida Os Fanáticos e à Furacao.com, no ano passado.

Confira um video especial com os gols de Baier no Furacão: