Niehues: "O grupo está querendo demais esse título"

Ao final da vitória atleticana sobre o Paraná Clube, por 1 a 0, o técnico Leandro Niehues falou com a imprensa e destacou os pontos positivos de mais um trunfo rubro-negro na Arena da Baixada. Avaliada como uma "semifinal antecipada", o treinador comentou sobre a postura da equipe e já pensa nos próximos adversários no Paranaense, antes do duelo decisivo contra o Coritiba.

Niehues também explicou as substituições feitas na partida, inclusive a saída do atacante Serna, o qual permaneceu apenas 25 minutos em campo. "São situações que acontecem e que precisam ser resolvidas. Às vezes não acontece como a gente quer, mas chegou num momento do jogo onde eu precisava adiantar o Paulo Baier e tirar alguém", avaliou.

Acompanhe abaixo os comentários do comandante rubro-negro:

O JOGO
"Fizemos um jogo típico de uma semifinal. Não esquecendo do Operário e Paranavaí, que serão nossos próximos adversários, mas hoje era um jogo onde trabalhei com os jogadores que seria uma semifinal. E semifinal nem sempre acontece da maneira como você quer. Rapidamente começamos o jogo, tivemos chances de fazer gols, o que já mudaria a estratégia de jogo deles, que entraram com quatro zagueiros em campo. Sem menosprezá-los, mas hoje eles já tinham um contra-ataque armado, então o jogo se resumiu a uma semifinal. O grupo está querendo demais esse título e está trabalhando muito para isso".

SUBSTITUIÇÕES
"O Bruno sentiu, foi evidente, e não teve condições de voltar para o jogo, que estava 0 a 0 e, da maneira que estava desenhado, eu precisava de um atacante de área. Eu tinha o Serna e penso que você tem que oportunizar dentro das mesmas características, por isso que ele entrou. Fizemos o gol e eles se soltaram no jogo. O Paulo Baier continuou jogando bem até o final da partida, mas para que isso aconteça a equipe precisa ter um posicionamento para ele não voltar tanto. Naquele momento ele estava fazendo o segundo atacante com mais liberdade diante da pressão deles, então coloquei o Netinho e no final o Paraná estava vindo com os zagueiros pelo lado oposto, uma situação que já tínhamos vivido contra o Corinthians. Então o Márcio Azevedo tinha que ficar mais adiantado para ser segunda opção de contra-ataque, mas acabou ficando um pouco recuado. Penso que da maneira que foi está de bom tamanho".

ALAN BAHIA
"Vocês sabem que a nossa equipe tem uma maneira de jogar onde todos têm liberdade de sair jogando, mas sempre respeitando o adversário, conhecendo seus pontos fracos e negativos. Então eu vi que o João Paulo estava vivendo um momento bom e a minha ideia deu certo porque ele passou a trombar com o Valencia, tanto que ele teve que mudar de lado em campo. Mas de maneira nenhuma falei para o Alan Bahia que ele só tinha que marcar. Vocês sabem que ele é o atleta atualmente que mais vestiu a camisa do Atlético e ele gosta de jogar como segundo volante, jogando e marcando, mas ele consegue fazer bem isso".

SUBSTITUIÇÕES
"São situações que acontecem e que precisam ser resolvidas. Em todo segmento existe um comando e eu estou ali para tomar decisões, fazendo as substituições tentando acertar e querendo o melhor. Às vezes não acontece como a gente quer, mas chegou num momento do jogo onde eu precisava adiantar o Paulo Baier e tirar alguém. Aí eu divido a parcela de culpa com o Serna, porque ele não está em um bom ritmo de jogo, fez uma ou duas tabelas e não conseguiu mais. Então eu preservo um jogador ou o trabalho de um grupo inteiro? Naquele momento tive que fazer a escolha, já conversei com o Serna, ele está se dedicando e esperando a oportunidade dele. Com certeza ele ficou chateado, eu também fiquei porque penso da mesma maneira que ele, mas precisava de um sacrifício e foi com ele. Já o Javier não gosta de jogar como primeiro atacante, então como falei, eu tinha esse atacante. É bom lembrar que o Javier cresceu ainda mais no segundo tempo, eu até tinha o Bruno Furlan no banco, mas o nosso jogo já estava encaixado, preferi fazer uma substituição mais simples".

O GRUPO
"Escuto muitas situações em vários clubes do Brasil, de uma maneira em geral, que possuem três jogadores da base atuando no time principal e fazem um alarde muito grande. No Atlético nós temos o Neto, Raul, Manoel, Chico, Rhodolfo, Alan Bahia, Bruno Furlan e Jean no banco, então já são oito. E aí? O que eu quero dizer é que a gente cobra deles e temos que cobrar de todos, porque eles têm uma bagagem grande e virtude de saber cada momento. É uma situação tranquila, nós encaramos esse jogo como uma semifinal, mas sabemos que esses dois jogos vão decidir como iremos trabalhar. É só ver o sacrifício que foi esse jogo aqui, e os nossos jogadores não vão querer tropeçar. Sobre o jogo do primeiro turno com o Coritiba, agora vivemos outra etapa, o momento era outro, estávamos em pré-temporada, um pouco presos ainda, não foi um bom jogo, mas agora temos tempo. Porém, amanhã já começamos a pensar no Operário".

AVALIAÇÕES
"Difícil dar alguma nota para o meu trabalho, essa avaliação é com vocês da imprensa, seja ela boa ou ruim temos que conviver com isso. Procurei sempre ficar e a verdade é que somos muito cobrados, talvez podem questionar porque não coloquei o Tartá na última substituição, ao invés do Raul, daí você leva um gol numa bola aérea e iam falar que não valorizamos, não seguramos. A vantagem dos comentaristas é que eles podem comentar em cima de uma situação que já aconteceu, eu estou ali e tenho que tomar decisões. Sinceramente não errei, a ideia foi boa, talvez um ajuste no posicionamento do Márcio Azevedo, mas quanto à substituição do Serna eu já expliquei".