A década de 60 foi a pior na história do Atlético e que muitos torcedores não gostam nem de lembrar. O clube não conquistou um título sequer e fez sua torcida sofrer como nunca. Mesmo assim, no final da década a massa rubro-negra se fortaleceu com as grandes contratações de Jofre Cabral e Silva. Afora dos assuntos atleticanos, em março de 1960 houve o nascimento de um dos maiores ídolos do esporte brasileiro, o tri-campeão mundial de Fórmula 1, Ayrton Senna da Silva. Nesse mesmo ano, no mês de agosto, teve início os Jogos Olímpicos de Roma. Também no quesito esportivo, foi inaugurado o Estádio do Morumbi. A princípio para 60 mil pessoas. Na década seguinte, sua capacidade foi aumentada para 150 mil torcedores.

Em 61, o Atlético revelou o goleiro Marco Aurélio, que posteriormente foi para o Flamengo e encantou o soviético Yashin – o aranha negra. O homem foi ao espaço pela primeira vez com o sovieta Yuri Gagarin. “O céu é escuro, muito escuro; a Terra é de um azul muito claro”, disse o primeiro homem a ver o planeta de longe. No final desse ano foi criado o Muro de Berlim na Alemanha e no Brasil João Goulart tomava posse do governo brasileiro. Correndo atrás da União Soviética, os Estados Unidos mandaram, um ano depois, John Glenn ao espaço.

O fato mais importante para o futebol brasileiro nesta década aconteceu em 1962, quando o Brasil conquistou sua segunda Copa do Mundo, no Chile. Na final, a seleção canarinho bateu a Tchecoslováquia por 3 a 1 e teve Garrincha como destaque no mundial. No ano de 1963, o mundo ficou abalado com o assassinato do presidente americano John F. Kennedy, em Dallas. Também foi nesta década que desenrrolou-se a Guerra do Vietnã.

No ano de 65, o Atlético começou arrasador no certame estadual. Foram cinco vitórias logo nas primeiras cinco partidas. No entanto, por escolha do destino, a equipe não conseguiu manter o bom futebol e também foi prejudicada por diversas arbitragens desastrosas. Na Copa do Mundo de 66, o Brasil foi eliminado pela seleção de Portugal nas oitavas-de-final, perdendo por 3 a 1.

1967 foi um ano que deveria ser apagado da história do Atlético. Vergonhosamente, o time rubro-negro foi rebaixado para a segunda divisão do Campeonato Paranaense. Mas, partindo das adversidades, é que o Furacão mostra a sua força. Com o presidente Jofre Cabral e Silva no comando, houve uma revolução no futebol paranense. O atleticano rasgou o regulamento da competição na frente do presidente de Federação Parananese de Futebol num programa de televisão e o Atlético voltou a figurar na elite. Uma frase ficou famosa na recuperação da auto-estima dos atleticanos: “Atlético, você não presta, mas eu te amo!”.

O término da década devolveu o orgulho aos atleticanos, com a contratação de grandes craques do futebol mundial, como os campeões mundiais Djalma Santos e Bellini. Por esta razão, o Atlético – que era considerado um time com torcedores da elite – passou a conquistar o coração de pessoas de todas as classes sociais, ganhando respeito em todo o Brasil e tornando-se o “time do povão”. Além disso, a equipe fez uma campanha razoável no Torneio Roberto Gomes Pedrosa, uma espécie de Campeonato Brasileiro da época, em 69. Nesse mesmo ano, o homem chegou à Lua e Pelé marcou seu milésimo gol.