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1968

Muita especulação nos bastidores sobre a queda, ou não, do Atlético para a segundona. Jofre, que acumulava excelentes administrações tanto no Clube Curitibano como no Santa Mônica. Diversas reuniões foram realizadas para discutir uma solução para o caso. Obviamente, não era de interesse popular a ausência de uma das maiores forças do estado. A primeira tentativa surgiu contra o Atlético Clube Paranavaí. Equipe merecedora do acesso à elite dentro de campo, mas cujo estádio não atendia às exigências do regulamento por não ter capacidade mínima para 5 mil pessoas. A pressão sobre a Federação Paranaense de Futebol aumentou. Desta vez, a ofensiva veio dos clubes do Norte. Afirmavam que anos antes o Jandaia conquistou a vaga mesmo sem atender todos as condições impostas. Ou o Paranavaí subia, ou eles abandonariam o campeonato. Portanto, o Atlético partiu por outra frente. Defendia o aumento do número de times na primeira divisão. A proposta também não foi aceita pelos dirigentes do interior. Os jornais locais publicaram, então, um fax comprovando a situação irregular de um atleta do Paranavaí. Felizmente, a história teve um desfecho positivo para o rubro-negro. O número de participantes na elite subiu de 12 para 14 clubes, incluindo o Atlético e o vencedor de um torneio disputado entre 6 agremiações.

Um fato importante que ficou marcado para toda a história do futebol paranaense aconteceu durante um programa de TV no qual participavam o presidente da Federação Paranaense de Futebol, José Milani, e Jofre Cabral e Silva. Exaltado com toda situação, Jofre rasgou o regulamento do campeonato diante das câmeras. Com apoio do povo e a forte pressão sobre a FPF, o Atlético permaneceu no seu devido lugar.

Para não fazer feio novamente e provar que o Atlético merecia estar na elite, Jofre se esforçou para montar uma grande equipe. Com seu entusiasmo e dedicação, conseguiu trazer para a Baixada os consagrados campeões do mundo Bellini e Djalma Santos. Não foi só. Juntaram-se a eles Sicupira, Zé Roberto, Nilson Borges e cia. Em campo, um verdadeiro esquadrão rubro-negro. Perdeu o título paranaense em agosto para o Coritiba no último minuto de jogo, num gol de Paulo Vecchio. A dor foi grande, mas não tão intensa quanto à sofrida meses antes com a perda de Jofre Cabral e Silva. No dia 2 de junho, em uma partida contra o extinto Paraná, o presidente atleticano sofreu um infarto com parada cardíaca e faleceu em Londrina. O orgulho dos rubro-negros estava abalado, mas não havia acabado. A união da torcida foi fortalecida e bandeiras com a figura de Jofre, com sua célebre frase (Não deixem – nunca – morrer o “meu” Atlético) passaram a tremular pela cidade.

Em homenagem ao dirigente, foi criado o Torneio Jofre Cabral e Silva, uma espécie de seletiva para o campeonato nacional. Cheio de brio, o Atlético derrotou o Coritiba e empatou com o Ferroviário, conquistando a vaga no Torneio Roberto Gomes Pedrosa. E não fez feio, muito pelo contrário! Conquistou vitórias expressivas sobre Santos, Internacional, Corinthians, Fluminense, entre outros. Fora de campo, outro show: a torcida atleticana lotou os estádios de Curitiba batendo muitos recordes de público.

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