Geral | quarta-feira, 28 de outubro de 2009, 10h22
Hospital nega morte encefálica de João Henrique Vianna
O estudante de Direito João Henrique Mendes Xavier Vianna, 21 anos, não teve confirmada, até a noite desta terça-feira, sua morte encefálica, diferentemente do noticiado por diversos órgãos de imprensa. O rapaz, torcedor do Atlético, atropelado após o Atletiba no domingo, segue internado em estado gravíssimo na UTI do Hospital do Trabalhador, em Curitiba.
No fim da tarde de segunda-feira, familiares do jovem afirmaram à reportagem da Gazeta do Povo que Vianna teria sofrido morte cerebral. Na tarde de ontem, porém, o hospital afirmou em nota oficial que o paciente “está em coma profundo devido ao grave trauma sofrido”. No início da manhã de ontem, segue o documento, a equipe médica realizou “um protocolo para a realização de exames para verificar a morte en cefálica, que não foi confirmada”.
Durante o procedimento, Vianna teve um espasmo respiratório. O médico neurologista diretor da UTI Geral do Hospital de Clínicas da Universidade Federal (UFPR), Hipólito Carraro Júnior, explica que uma resposta respiratória é suficiente para interromper o protocolo.
“A morte encefálica é constatada depois de uma série de exames”, diz o especialista. O primeiro é clínico, com testes de respostas de reflexos, para verificar o funcionamento dos pares cranianos (ligados ao tronco cerebral, responsável pelos controles vitais).
Segue-se o teste de apneia, em que os aparelhos respiratórios são desligados por instantes. Caso não haja sinal de respiração, faz-se o exame complementar – eletroencefalograma (que indica se há atividade elétrica na região cerebral) ou doppler transcraniano (verifica a velocidade e direção da corrente sanguínea no cérebro). O último passo para confirmar uma morte encefálica é um novo exame clínico, feito por neurologista especializado, seis horas após o primeiro.
Até o momento, Vianna segue assistido no hospital. Uma nova análise de seu quadro clínico, afirma a nota, seria feita após “aguardar entre 12 a 24 horas para saber da evolução do quadro”. A família do estudante prefere não comentar as informações veiculadas na imprensa.
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