Kyocera Mita foi parceira do clube por 3 anos [foto: FURACAO.COM/arquivo]
Pioneiro na implantação do conceito de
“naming rights” (direitos de nome) no futebol brasileiro, o Atlético Paranaense completa neste mês de abril um ano do fim da parceria com a empresa japonesa Kyocera Mita, que num período de três anos (de 2005 a 2008) “batizou” o nome do estádio Joaquim Américo como “Kyocera Arena”. O fim da parceria marcou uma nova fase de valorização financeira do estádio prevista pelos dirigentes atleticanos, esperando que o novo contrato seja por um período maior, visando a realização da Copa do Mundo, em 2014 – a Arena da Baixada é o estádio indicado pela cidade de Curitiba para sediar os jogos, caso a capital paranaense seja escolhida como uma das cidades-sede do mundial.
Após um ano sem essa receita do patrocínio do estádio e com uma nova diretoria no comando do clube, a Furacao.com aproveitou para fazer um balanço dessa modalidade de patrocínio e as estratégias atuais do Furacão para conseguir um patrocinador master para o estádio. Em recente entrevista à Rádio CBN Curitiba, o presidente do Conselho Administrativo, Marcos Malucelli, afirmou que ainda não há novidades quanto ao novo patrocinador. “Continuamos conversando, algumas coisas mais adiantadas, mas é uma fase de conversação. Por isso não temos definição. As pessoas têm interesse, mas preferem esperar”, disse o dirigente.
Os trabalhos para identificar e negociar com possíveis parceiros nessa modalidade estão centralizados na Coordenação Geral de Marketing do Atlético. “O Departamento de Marketing do clube está sendo reestruturado gradativamente, utilizando a estrutura existente até então, mas reformulando o fluxo de processos numa Coordenação Geral composta por um diretor eleito e membro do Conselho Administrativo, o Dr. Henrique Gaede, com a colaboração de Nelson Fanaya Filho e Roberto Elias Karam. É esta coordenação que já está atuando na busca de parcerias e patrocínios”, explicou em entrevista exclusiva à Furacao.com Roberto Karam, coordenador de Marketing do Furacão.
Ele disse que o mais provável é que o clube anuncie esse novo parceiro somente após o anúncio das cidades-sede da Copa do Mundo de 2014 – a previsão é de que em maio a Fifa divulgue o nome das 12 cidades que irão receber os jogos do Mundial do Brasil. “Para este padrão
(patrocínio nos moldes da Kyocera), possivelmente tenhamos novidades somente após o anúncio oficial das sedes da Copa de 2014, embora estejamos atuando a respeito. Vale o mesmo para o patrocínio master da camisa
(patrocínio principal na frente da camisa do time)”, revelou. Ele disse ainda que esse novo parceiro sequer tem um perfil definido. “Temos tido solicitações de informes tanto de empresas nacionais como internacionais, embora estas mais ambientadas ao marketing esportivo”, afirmou.
Karam explicou os motivos que levam o clube a esperar o anúncio da Copa do Mundo e a relação com o momento de crise econômica mundial para a escolha do novo parceiro. “Em geral, as empresas interessadas neste tipo de patrocínio investem grandes somas mas associadas a grandes eventos como a Copa do Mundo. Há uma forte retração no mercado, particularmente no segmento esportivo, já que os anunciantes buscam resultados mais imediatos. No entanto, eles consideram o futebol um dos melhores meios de comunicação de massa”, disse. “Todavia, as grandes empresas têm atuado com mais cautela ainda, à parte a citada retração, em função dos resultados que os clubes brasileiros têm obtido comparativamente ao mercado europeu”, completou.
Perdas financeiras
Segundo o coordenador do Departamento de Marketing do Atlético, Roberto Karam, todas as negociações com possíveis parceiros levam em consideração o peso que a marca Atlético Paranaense tem hoje no cenário, o que não permite uma desvalorização nas possíveis negociações. Sobre um balanço das perdas financeiras que o clube teve nesse um ano sem patrocinador para o estádio, ele afirmou: “É difícil mensurar, pois está diretamente ligado aos resultados do time profissional. Por outro lado, é inegável que a marca "Atlético" e todas as suas propriedades atingiram um patamar acima dos segmentos locais, o que não nos permite valorar "por baixo". Há que se manter o diferencial que o clube já atingiu, sob pena de depreciar todo um trabalho duramente galgado ao longo de vários anos, após a revolução de 1995”, explicou.
Embora oficialmente não se ter revelado os valores envolvidos na parceria Atlético-Kyocera, estima-se que o patrocínio tenha rendido US$ 2 milhões por ano ao Furacão, valor compatível com o mercado externo. Segundo Karam, a solução para suprir a ausência dessa receita é em replanejar as despesas do clube. “Houve um enxugamento geral do custeio, sem que signifique diminuição da qualidade dos diversos setores. Ou seja, temos procurado maximizar toda e qualquer ação, com maior produtividade e gastos inversamente proporcionais. De certa forma, isto será valioso na medida em que obtenhamos novos investimentos
(patrocínios e parcerias) e tenhamos nos adaptado melhor ao formato atual de despesas. Não deixa de ser um ganho”, disse.
Patrocínio para o CT do Caju
Com as negociações para o patrocínio do estádio em espera, aguardando o anúncio das cidades sub-sedes da Copa do Mundo, o Atlético canaliza esforços para um contrato de
“naming rights” para o Centro de Treinamentos do clube. “Estamos planejando isso e hoje com maior abrangência do que já ocorreu. Destaque-se aí o CECAP, lançado recentemente com parcerias e patrocínios que significam economia anual em torno de R$ 1.000.000,00”, disse.
O Centro de Reabilitação do Atleta Profissional (CECAP) foi elaborado em parceria com a Universidade de Montreal, no Canadá, em relação à avaliação biomecânica do gesto esportivo e o Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e do Adolescente da UFPR. Além dos dois meios científicos, o CECAP conta com parceiros como: Amil (Convênio Médico); DAPI (Diagnóstico Avançado de Imagem); Equipamentos médicos cirúrgicos de avaliação e medicação da TM MEDICAL (representante da Johnson no PR), GENERAL ELETRIC; Hospital Vita Curitiba, Instituto Paranaense de Otorrinolaringologia (IPO) e Hospital Novo Mundo de Curitiba.
“Como no exterior os clubes têm seus parceiros em diferentes níveis de sua estrutura, o Atlético Paranaense buscou isso com intuito não só de diminuir seus gastos, mas também de proporcionar uma maior tranqüilidade aos nossos atletas em recuperação", disse na inauguração do centro o coordenador geral do Departamento Médico do Atlético, Edílson Thiele.
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