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Marketing | domingo, 06 de abril de 2008, 01h07

Holzmann fala sobre o fim da parceria com a Kyocera

Por: Furacao.com

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Holzmann: "Temos uma filosofia muito clara para busca de patrocinadores"

O diretor de Marketing do Atlético, Mauro Holzmann, falou em entrevista ao Blog do jornalista André Kfouri, no Lancenet!, sobre o fim da parceria entre o Atlético e a multinacional japonesa Kyocera, que nos últimos três anos “batizou†o nome comercial do estádio Joaquim Américo.

Na entrevista, Holzmann comentou sobre os naming rights, iniciativa pioneira no futebol brasileiro trazida pelo Atlético. “O problema é que os grandes clubes do centro do país ou não possuem estádios ou estão muito ruins, portanto não possuem condições de obter este tipo de patrocínio. O Atlético Paranaense teve a competência de construir o melhor estádio do Brasil e vender os naming rights, mas como não estamos no Rio ou em São Paulo, a grande mídia não repercute o fato e muito menos valoriza a ação de um clube chamado "emergente", que conduz sua vida da maneira que todos cobram da indústria do futebol brasileiroâ€, afirmou o dirigente.

Sobre o fim da parceria com a Kyocera, Mauro Holzmann disse que a empresa japonesa reconheceu o crescimento no mercado brasileiro ao se associar ao Atlético nos últimos três anos, mas não estava interessada em aumentar os valores do patrocínio, fruto das obras de conclusão do estádio e da indicação do Brasil para sediar a Copa de 2014. Indagado se a empresa aérea Emirates seria a nova parceira do Atlético, ele disse: “Estamos falando com todo o mercado, qualquer empresa que tenha recursos e foco para este tipo de ação de marketing está sendo procuradaâ€.

Confira a íntegra do texto publicado no Blog do jornalista André Kfouri, no Lancenet!:

ENTREVISTA DA SEXTA

Mauro Holzmann é diretor de marketing do Clube Atlético Paranaense, o primeiro time de futebol do Brasil a vender os "direitos de nome" (tradução literal para a expressão "naming rights") de seu estádio, a Kyoce...

Ôps, não mais.

Desde a última segunda-feira, o nome não é mais este, por causa do término do contrato com a empresa japonesa.

O Atlético procura um novo patrocinador para nomear sua casa.

Abaixo, nossa conversa (por e-mail) com Holzmann:

Blog do AK: Por que o Atlético não renovou o contrato com a Kyocera?
MAURO HOLZMANN: Nosso contrato com eles tinha a duração de 3 anos, renovável por mais dois. Iniciamos as negociações para a renovação na metade do ano passado mostrando, evidentemente, o retorno dado nos três anos iniciais e principalmente na valorização das propriedades esportivas ligadas ao futebol, após a confirmação do Brasil como sede da Copa do Mundo de 2014. Mostramos também que a conclusão da Arena a tornaria um estádio ainda mais moderno e grandioso, e portanto os investimentos da Kyocera teriam de ser maiores. A empresa reconheceu o retorno dos 3 primeiros anos, mas não se mostrou interessada em aumentar seus investimentos, o que nos fez tomar a decisão de buscarmos outras alternativas.

Blog do AK: O fato de muitos meios de comunicação continuarem chamando o estádio de "Arena da Baixada" prejudicou o relacionamento entre clube e empresa?
MR: Tivemos o apoio da maioria dos meios de comunicação, veículos importantes como Folha de S. Paulo, Estadão, Lance!, Placar, a maioria das redes de rádio e TV, sempre mencionando o nome do patrocinador ao se referirem ao nosso estádio. Evidentemente que o fato da Rede Globo não mencionar o patrocinador em nenhum de seus veículos é prejudicial, mas a Kyocera sabia disto desde o início das nossas negociações - a Rede Globo não cita patrocinadores de ninguém. Os números de retorno de mídia que apresentamos a eles (medições feitas pela Informídia) mostraram isto.

Blog do AK: Se em vez de diretor do Atlético, você fosse diretor de uma emissora de televisão, com que nome o estádio seria citado no ar?
MR: Com certeza de Kyocera Arena. Até porque eu seria um daqueles a criticar a falta de criatividade dos dirigentes na busca de alternativas de receitas para os clubes de futebol, e quando um deles apresenta algo interessante, mereceria meu apoio.

Blog do AK: A prática de "vender o nome" do estádio é nova no Brasil. E há quem diga que não pega, justamente por se tratar de algo novo. A Arena nasceu Arena da Baixada e passou a se chamar Kyocera Arena. Você acha que só quando os estádios, ou ginásios, nascerem com o nome ligado a uma empresa, as pessoas se acostumarão a chamá-los do jeito certo?
MR: Isto de não pegar é bobagem. O problema é que os grandes clubes do centro do país ou não possuem estádios ou estão muito ruins, portanto não possuem condições de obter este tipo de patrocínio. O Atlético Paranaense teve a competência de construir o melhor estádio do Brasil e vender os naming rights, mas como não estamos no Rio ou em São Paulo, a grande mídia não repercute o fato e muito menos valoriza a ação de um clube chamado "emergente", que conduz sua vida da maneira que todos cobram da indústria do futebol brasileiro.

Blog do AK: É verdade que a companhia aérea Fly Emirates é uma das candidatas a comprar o nome da casa do Atlético?
MR: André, estamos falando com todo o mercado, qualquer empresa que tenha recursos e foco para este tipo de ação de marketing está sendo procurada.

Blog do AK: Como o clube escolherá o novo parceiro para a Arena? É uma questão estritamente financeira ou há um direcionamento para determinados mercados?
MR: Temos uma estratégia e, principalmente, uma filosofia muito clara para busca de patrocinadores. Empresas com marcas importantes e que entendam o Atlético Paranaense como uma grande oportunidade de entrar no mundo do futebol são nossos alvos. Evidentemente que o investimento financeiro também é importante. Através de nossa parceria com o FC Dallas estamos tendo a assessoria de uma empresa americana de marketing esportivo, que presta serviços a eles, para redesenharmos nossa estratégia de aproximação a potenciais patrocinadores. Os americanos são os campeões mundiais nesta área e como temos a oportunidade de obter uma assessoria deste nível, estamos usando.

Blog do AK: Qual é o nome do estádio do Atlético, hoje?
MR: O nome do estádio do Atlético Paranaense sempre foi Joaquim Américo. A estória da Arena da Baixada foi criada por nós para que, ao vendermos os naming rights, a mudança fosse mais fácil. Kyocera Arena era o nome de fantasia (deixamos isto claro quando lançamos a parceria). Com o fim do contrato, estamos buscando outro parceiro que dará seu nome a Arena. Temos certeza de que com um contrato bem feito e uma estratégia de comunicação competente, o novo nome será usado e falado por todos.

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