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Brasileiro | domingo, 13 de julho de 2008, 19h25

"Qualquer treinador faria essa modificação", diz Fernandes

Por: Furacao.com

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Fernandes: roendo o osso [foto: JORNAL DO ESTADO/Franklin de Freitas]

O técnico Roberto Fernandes concedeu entrevista coletiva depois do empate do Atlético com o Internacional por 1 a 1 na tarde deste domingo na Arena da Baixada. Ele deixou o campo de jogo sob vaias dos torcedores, que gritaram o nome de Geninho, campeão brasileiro com o Atlético em 2001 e recentemente demitido do Botafogo. Fernandes demorou alguns minutos a mais para ir à sala de imprensa e falou sobre o jogo e as perspectivas do Rubro-Negro para as próximas rodadas.

O treinador reclamou da arbitragem de Giuliano Bozzano, que inverteu faltas e distribuiu cartões para os atleticanos. Além disso, voltou a criticar o time pela falta de atenção em uma jogada aérea. Neste mesmo tipo de jogada, o Furacão voltou a sofrer mais um gol e perdeu pontos preciosos na competição.

Roberto Fernandes explicou as polêmicas substituições envolvendo o garoto Renan. Ele entrou aos 32 minutos, quando o Atlético vencia por 1 a 0, e foi substituído oito minutos depois, quando o jogo estava empatado. Ele justificou as mudanças pela situação do jogo e disse que qualquer outro técnico teria feito o mesmo. Sobre outros treinadores, ele comentou o fato de a torcida ter gritado o nome de Geninho e disse que desafia outro treinador conseguir resultados positivos com tantos problemas de jogadores lesionados, suspensos e não regularizados. "Eu estou roendo o osso. Agora, chegar para comer o filé daqui a um mês é uma teta, quando o Rafael Moura estiver regularizado, Fernando, Kelly, Netinho, Júlio César, aí é bom", ponderou.

Confira a coletiva completa:

BOLA PARADA
"Uma coisa que me deixa consciente é que os jogadores na oração deles falarem que perderam para eles mesmos. Independente de todos os problemas que tivemos para a partida hoje, mais uma vez tomamos um gol de escanteio, onde se é mostrada, onde se é trabalhado. Mais uma vez, a bola parada estraga um trabalho. Falta um pouco de atitude. Se você disser que o Inter mereceu o empate, não mereceu pelo que apresentaram as duas equipes. Precisamos dar um basta nesses gols de bola parada porque isso está nos prejudicando."

GRITOS POR GENINHO
"O Geninho é um amigo, é um treinador que eu respeito e admiro muito. Como é que foi a torcida do Atlético no início do ano com o Geninho e a torcida do Botafogo com o Geninho? Isso não é uma crítica em relação ao trabalho do Geninho, mas uma resposta à sua pergunta. Ninguém questiona a arbitragem. Ninguém fala que jogamos sem o Danilo, sem o Netinho. Com o Júlio César fora. São cinco, seis jogadores. Mesmo com todos esses problemas, a equipe jogou em busca da vitória."

SAÍDA DE JOÃOZINHO E ENTRADA DE RENAN
"O grande quê dessa pergunta é qual o tempo que essa modificação ocorreu. Você chegar e falar: o time está ganhando em casa por 1 a 0 e o treinador tira um atacante e coloca um volante, você fala: o técnico quis recuar. Mas depende do tempo de jogo. Faltavam menos de dez minutos para acabar e o intuito foi reforçar a marcação da jogada de bola aérea que o Internacional estava usando."

A SUBSTITUIÇÃO FOI ERRADA?
"Não, pelo tempo do jogo. O Joãozinho é um atleta que vem num processo, tanto que nos dois jogos anteriores ele estava no banco. Acho que ele estava desgastado. Faltavam menos de dez minutos. Qualquer treinador faria essa modificação. Até os jogadores que estão no banco antes de entrar em campo estão sendo criticados, por isso a gente tem de pesar bem antes de uma entrada e uma saída."

OFENSIVIDADE
"O Atlético, com a partida de hoje, tem 11 jogos e 11 gols. Então, é pouco. A gente precisa fazer mais gols. Precisa ter uma postura até um pouco mais agressiva. Uma postura na qual dentro do nosso possível eu estou tentando implantar. Eu jogava com dois zagueiros para ter mais atacantes. Mas no momento em que fomos perdendo peças, a gente foi obrigado a voltar o esquema com três zagueiros e dentro das peças que nós temos estou colocando o que temos de melhor."

RENAN FOI QUEIMADO?
"Quebrar paradigmas não é uma coisa fácil. É preciso coragem. No momento da entrada do Renan faltavam menos de dez minutos. Mas a gente levou um gol de escanteio e a gente precisava ganhar. O que eu ia fazer? Tirar um dos zagueiros, que estava bem? De forma alguma achei que foi uma queimada do Renan. Tomamos um gol faltando cinco minutos para acabar e infelizmente ele era a peça que tinha de sair para a gente colocar mais um atacante e tentar o gol."

CRÍTICAS
"As críticas, e isso já está ocorrendo, direcionem para mim. Porque assim eu consigo blindar eles e eles conseguem ter tranqüilidade para jogar. Num curto espaço de tempo vamos ter o elenco todo à disposição. Mas nesse momento, eu desafio. Pode trazer qualquer um. Mas é nesse momento. Eu estou roendo o osso. Agora, chegar para comer o filé daqui a um mês é uma teta, quando o Rafael Moura estiver regularizado, Fernando, Kelly, Netinho, Júlio César, aí é bom. Eu quero é agora, chegar alguém e fazer os garotos renderem mais do que estão sendo exigidos."

OS JOVENS ESTÃO JOGANDO POR FALTA DE OPÇÕES?
"Hoje sim. Eu só poderia responder essa pergunta com toda convicção se eu tivesse o Kelly, o Netinho, o Júlio César e ainda assim estivesse com os garotos. Mas hoje não temos opção, basta olhar o banco nosso."

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