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Clube | terça-feira, 15 de abril de 2008, 17h07

Em coletiva, Atlético esclarece questões sobre as rádios

Fonte: Site Oficial do CAP

Foto Destaque

Malucelli, Petraglia e Pimenta: esclarecimentos [foto: site oficial]

O Atlético Paranaense atendeu nesta terça-feira a imprensa em uma entrevista coletiva para esclarecer a cobrança das rádios pelas transmissões dos jogos do clube no Brasileirão 2008. Participaram da coletiva, o presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, Mario Celso Petraglia, o diretor jurídico, Marcos Malucelli, e ainda o advogado Fernando Pimenta, do escritório de advocacia contratado para dar embasamento jurídico sobre o tema ao clube.

A entrevista teve duração de aproximadamente uma hora e Petraglia e Pimenta responderam as principais dúvidas dos jornalistas presentes. Confira abaixo as principais declarações na entrevista:

FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA

Pimenta - "A nossa tese se fundamenta em um tripé. Entendemos que o direito de transmissão tem respaldo no direito de arena e, portanto, o espetáculo é um bem econômico e passível de cobrança. Baseado no conceito do direito do espetáculo, a voz, o conteúdo da partida entramos no artigo 5º, inciso 28, alínea A da Constituição. Se as rádios comercializam cotas, visam o lucro e, portanto, devem pagar pelo espetáculo".

VALORES

Petraglia - "Nós fizemos um estudo de mercado com os quatro segmentos: TV, rádios, jornais e internet. A TV pagava R$ 10 milhões em 1996. Hoje, paga R$ 320 milhões entre aberta e fechada para o Brasileirão. Ano passado, dos R$ 40 bilhões de faturamento em mídia, a TV ficou com 50%, ou seja, R$ 20 bilhões. As rádios faturaram de 3% a 4% do todo e em torno de 6% a 7% do que a TV faturou".

VALORIZAÇÃO

Petraglia - "A valorização virá na seqüência. As rádios cobram dos anunciantes, os custos repassam para os produtos. Hoje, os clubes absorvem sozinhos os custos e dão esse produto gratuitamente. No momento que isso passa a ser cobrado, a valorização virá na seqüência, foi assim na TV. A TV, ano que vem, pagará 45 vezes o valor de 13 anos atrás. Vocês sabem quanto custa cada partida para a Globo? R$ 5,6 milhões por partida para a TV aberta e vocês acham caro R$ 15 mil? Queremos o crescimento de todos. Vocês sabem quanto ganha o Galvão Bueno? Ele assinou um contrato de R$ 100 milhões por 10 anos. Temos que valorizar o futebol, acham que queremos desvalorizar? Claro que há tempo de adaptação, temos que pagar um valor inicial. O futebol paranaense não existia no mapa".

COBRANÇA

Pimenta - "O Atlético Paranaense não está proibindo nada. Apenas haverá a cobrança. Caso o Atlético jogue em Goiânia e alguma rádio transmita na íntegra, o Atlético irá cobrar fundamentada no seu direito".

Petraglia - "São R$ 120 milhões cada cota da Globo. Não podemos entregar de graça um produto caríssimo como é o futebol. Não queremos uma fábrica de liminares, queremos cobrar pelo produto nosso. Estamos cientes de que cada ação existe uma reação. Buscamos fazer o melhor para o clube. Em 96 e 97 também fui antipático, mas estamos aqui para melhorar o futebol. Já contratamos empresas de escuta e quem fizer via tubo, vamos cobrar, dentro do nosso direito".

TRANSMISSÕES JORNALÍSTICAS

Pimenta - "De forma nenhuma o Atlético pode cobrar flashes de transmissão, desde que não extrapole 3% da informação. O que entendemos é pela íntegra do espetáculo. É um produto que as rádios vendem para ter lucro, logo é justo que paguem para o clube. É uma atitude pioneira, há fundamentação jurídica. O que se cobra é o espetáculo. Para a TV se vende o espetáculo e é a mesma coisa, se a rádio quer lucro, nada mais justo que se cobre dela".

PROPOSTAS

Petraglia - "Algumas rádios já conversaram conosco e estamos negociando termos de contrato, os valores não mudam, já estão definidos. Estamos assinando contratos, a fila anda".

TELEVISÃO

Petraglia - "Vocês sabem quanto ofereceram ano passado pelos jogos, pelo campeonato? Foi R$ 45 mil, eu me senti ofendido. Esse ano ofereceram mais, R$ 500 mil. O Campeonato Mineiro é vendido por R$ 17 milhões, o Inter faturou com o gaúcho R$ 5 milhões, o Grêmio, mais R$ 5 milhões. Como vamos entrar no Brasileirão? Já entramos com furo. Qualquer jogador não aceita jogar por menos de R$ 20 mil, R$ 30 mil. Ficou caro o futebol ou divide essa conta ou não tem jeito.

PERMUTA

Pimenta - "Desde de 2004 já se cobra permuta das rádios, pelas cabines etc. A única diferença agora é que foram transferidos os valores. O próprio Atlético já pratica permutas e inserções publicitárias, o conceito, o entendimento é o mesmo".

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