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Opinião | segunda-feira, 17 de julho de 2006, 00h58

Análise de Paraná 2 x 1 Atlético, por Wagner Ribas

Análise de Paraná 2 x 1 Atlético
por Wagner Ribas

Domingo é dia de futebol, a prévia do jogo é a reunião no boteco regada a cerveja gelada, e o assunto não poderia ser diferente do que futebol, lógico. Antes, aquele almoço em família, fofocas sobre a tia que finalmente vai desencalhar, sobre a prima recém aprovada no vestibular. Eita alegria danada! Nada como aquele churrasco bem feito, carne bem temperada e uma boa salada.

Pra terminar bem o dia, só mesmo uma boa vitória do clube amado, com futebol bem jogado, torcida enlouquecida após uma boa jornada.

Infelizmente, esse não foi o domingo perfeito para os atleticanos, principalmente àqueles fanáticos dois mil torcedores que estiveram presentes no Pinheirão, que brilharam como as cores do furacão e vibraram como nunca, e ainda torceram como loucos, relembrando os velhos tempos de vacas magras. O Atlético tem uma torcida apaixonada, que não merece um time como esse. Acorda diretoria, antes tarde do que nunca.

No estádio da federação, cerca de nove mil torcedores presenciaram em campo dois times com propósitos diferentes. Um, com objetivo de uma vaga a libertadores, outro, o Atlético, lutando na zona intermediária, tentando fugir do rebolo dos candidatos ao rebaixamento. Para a torcida do Furacão, o primeiro clássico do ano. Para os paranistas, uma prova ao título estadual conquistado no primeiro semestre.

Um jogo que começou monótono, com ambas as equipes se estudando e com pouca objetividade e nenhuma ousadia.

A zaga do Atlético, com Danilo e João Leonardo, por inúmeras vezes passou apuros quando a equipe paranista atacava. Sem saber defender-se quando os atacantes do Paraná usavam de um dos recursos mais básicos do futebol, que é o “um, dois”, deixavam por diversas vezes alguém livre de marcação. E foi assim que a equipe da Vila Capanema abriu o marcador. No primeiro tempo, nada mais que isso para o Atlético, além de um chute de Alan Bahia sem destino, já nos acréscimos. Esperou-se mais do meio de campo, que pouco criou, e as jogadas pelas laterais não fluíram, além de um ataque sem objetividade. Triste primeiro tempo.

No segundo tempo, demonstrando um pouco mais de determinação, o Furacão foi pra cima, e com um belo chute/cruzamento de Jancarlos, a bola entrou, enganando ao goleiro Flávio, e até mesmo a torcida presente no estádio.

Com a igualdade no placar, o Furacão encorajou-se e dominou o meio de campo, tentou criar pelo meio, tentou criar pelas laterais. Mas esse domínio foi ilusório, já que as melhores chances de desempatar foram da equipe paranista e o consagrado, foi mais uma vez o goleiro Cléber.

Sem objetividade, o rubro-negro esbarrou em si mesmo, com toques de lado, bolas jogadas na área para um ataque mal posicionado, e escassas sobras, fossem de ataque ou defesa, que paravam nos pés dos jogadores do Furacão. Nada deu certo. E como a velha máxima do futebol é verdadeira, quem não faz, leva. E levou.

De todos os males, ainda pude ver jogadores com vontade, que correram, tentaram, mas não foram bem sucedidos. E o que concluo, é que nos falta técnica e comando. Givanildo tem sua parcela de culpa, os jogadores também devem ter sua porcentagem, mas só estão ali por que alguém os contratou. A torcida, é a vítima, que sofre no outro dia as gozações, que compra pacotes e produtos originais, que vai ao Pinheirão e empurra durante todo o tempo um time que não a merece. E os culpados, quem são?

A culpa é daqueles que lubridiados pelo poder esqueceram-se do futebol. É daqueles que contratam por lote, esperando que no meio da manada, um sangue puro se destaque e renda uma boa bolada. Aqueles mesmos que esquecem-se que o maior patrimônio do Atlético é sua própria torcida e a tratam como consumidor, numa relação desigual.

Não podemos nos esquecer da lição ensinada por nosso co-irmão ano passado, que cometendo os mesmos erros que cometemos no presente, todos sabem onde foram parar (toc toc toc). Ainda é tempo de repensar, ainda é tempo de mudar. O time do Atlético, definitivamente, precisa de um fato novo. E esse fato novo, deve ocorrer com urgência, antes que a vaca vá para o brejo e que o Apocalipse chegue.

Wagner Ribas é colaborador da Furacao.com. Clique aqui para entrar em contato com ele.
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