Cléber foi treinado por Givanildo Oliveira no Santa Cruz em 2005 [foto: FURACAO.COM/Giuliano Gomes]
O goleiro Cléber será um dos principais aliados do técnico Givanildo Oliveira em seus primeiros dias de trabalho no CT do Caju. Apesar de o treinador já ter trabalhado com o volante Erandir no Fortaleza e conhecer outros atletas do elenco rubro-negro, é com Cléber que tem uma relação mais próxima. Afinal, os dois trabalharam juntos durante toda a temporada de 2005, no Santa Cruz. Agora, voltarão a se encontrar no Atlético.
Para saber mais informações sobre o estilo de trabalho de Givanildo e seus atributos como treinador, a Furacao.com entrevistou Cléber nesta segunda-feira, logo após o anúncio oficial da contratação do treinador. O goleiro contou que ficou satisfeito com a notícia porque considera Givanildo com um grande ser humano e um excelente profissional. Ele contou que o técnico é muito exigente com os jogadores, mas dá todo apoio ao elenco, sabendo conquistar a admiração e o respeito de todos os atletas.
Para Cléber, Givanildo Oliveira
"tem um poder de liderança muito grande" e
"é um verdadeiro comandante". O goleiro acredita que o time ganhará segurança para desenvolver o trabalho e mostrar sua capacidade. Confira a entrevista exclusiva do goleiro Cléber ao site Furacao.com:
Como você reagiu quando ficou sabendo da notícia da contratação do Givanildo pelo Atlético?
Minha reação foi positiva porque eu sei que ele é um grande profissional, mas acima de tudo um ser humano muito bom. Eu trabalhei o ano passado (
2005) inteiro com ele e sei que ele é uma pessoa que ajuda bastante os jogadores. Ele se torna muito amigo dos jogadores. Ele tem o poder de trazer o grupo pra ele. O trabalho dele é simples, mas dá muito resultado.
Alguém da diretoria chegou a conversar com você para colher informações sobre ele?
Quando eu retornei do Santa Cruz, no início do ano, eles me perguntaram como era o trabalho do Givanildo, como eu me sentia com ele. Foi antes de eles contratarem o Matthäus. Naquela época, nunca me passou pela cabeça que havia um interesse de trazer o Givanildo para cá. Eles me perguntaram como ele se comportava, mas eu não sabia que existia esse interesse. Depois, acabaram contratando o Matthäus.
O que você tem a dizer ao torcedor atleticano sobre o estilo de trabalho do Givanildo?
Ele trabalha todos os aspectos. Ele dá muita importância ao trabalho técnico e ao trabalho tático. É um treinador que no dia a dia ajuda muito o jogador no lado psicológico. Ele dá força ao jogador, vai até o fim com o jogador. O Givanildo cobra muito, exige bastante, mas sabe dosar o trabalho no momento certo. Ele é um treinador que está por dentro do que acontece dentro de campo. Sempre estuda o adversário, sabe dizer o ponto fraco e o ponto forte. É um cara muito observador.
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“Ele é um treinador que está por dentro do que acontece dentro de campo” [foto: GPP/arquivo] |
O Atlético é um clube que dispõe de uma grande estrutura e muitos recursos para comissão técnica. Você acha que o Givanildo vai aproveitar esses aspectos científicos e tecnológicos que o clube oferece?
Com certeza. Ele é um grande profissional e tem consciência do trabalho dele. Tenho certeza que juntando a experiência dele, a qualidade que ele tem como treinador e a qualidade que o Atlético oferece, unindo essas duas virtudes, o Atlético pode ter um resultado muito bom.
Muitos torcedores têm elogiado o currículo do Givanildo, mas acreditam que ele é um técnico restrito ao futebol do Nordeste. Você acha que ele terá dificuldades para se adaptar ao futebol do Sul?
Eu acho que isso não tem nada a ver. É claro que ele teve as maiores oportunidades no Nordeste, mas ele vindo para cá no Sul e fazendo um grande trabalho no Atlético, o nome dele vai ficar bem mais em evidencia. É uma oportunidade que ele sempre quis ter, de vir ao Sul ou a São Paulo, porque ele sabe que o futebol aqui é diferente. Acho que o nome dele vai ser mais lembrado do que já é atualmente.
Como é a personalidade do Givanildo Oliveira?
Ele é um cara que dá muita atenção ao jogador. Repreende quando é preciso, mas quando é preciso elogiar ele também sabe. Ele sabe medir todos os pesos. É uma pessoa muito boa. É dificil eu falar da personalidade dele porque ele é uma pessoa fechada no lado pessoal, mas dentro de campo ele é um verdadeiro comandante. Ele gosta de comandar, mas sempre aceitando opiniões. Ele gosta de estar ao lado do jogador e tem um poder de liderança muito grande.
Qual o sistema tático preferido pelo Givanildo?
É difícil dizer porque o futebol de lá (
Pernambuco) é diferente do daqui. Lá é um futebol mais jogado, mais bola no chão. Aqui já é um pouco mais de força, um pouco mais tático. Mas eu tenho certeza que ele vai saber o melhor esquema tático para o Atlético se dar melhor nas competições.
Quais as primeiras mudanças que o torcedor pode esperar com o Givanildo Oliveira no comando?
Acho que primeiro ele vai chegar, vai observar os jogadores e vai escolher a melhor equipe para ser titular. Mas uma coisa que eu posso garantir é que vai mudar a personalidade de cada jogador. Nós fizemos um Campeonato Paranaense em que nós praticamente estávamos em fase de testes porque o Matthäus queria ver todo mundo jogar. Com o Givanildo, nós vamos ter mais segurança e a equipe vai soltar o futebol que sabe e vai ter mais força principalmente para o Campeonato Brasileiro.
Você citou os testes que o Matthäus realizou durante o Paranaense. Um deles foi justamente no gol e muita gente disse que o revezamento entre você o Tiago Cardoso acabou deixando os dois inseguros. Você concorda com essa análise?
Não é que a gente fique inseguro, mas o jogador fica com um pé atrás porque a gente chegava um dia antes do jogo e não sabia quem ia jogar. Ficava um pouco complicado para a gente. Mas era ordem do treinador, a gente tinha de assimilar. Ficava um pouco de desentendimento porque a gente não sabia quem jogava. Às vezes, chegava em cima da hora do jogo e ele mudava. Ficava esse certo desencontro.
A saída do Matthäus desviou o foco do grupo no Campeonato Paranaense?
Desviou o foco porque a saída dele foi repentina. A gente estava sendo comandado por um treinador e no outro dia ele já não estava mais. Daí surgiram muitas especulações, de que ele ia assumir a seleção alemã, de que ele ia voltar, de que ele não ia mais voltar. Querendo ou não, isso interfere um pouco. Mas a gente não pode culpar só um ou outro. A gente sabe das qualidades do Atlético, mas infelizmente aconteceu o que não podia acontecer, que era perder desse jeito.
Você já tinha sido expulso de algum jogo mesmo sem ter entrado em campo? Por que você levou o cartão vermelho
Nunca. Foi a primeira vez (
risos). Posso até estar errado, mas tenho uma opinião de por que fui expulso. Acho que no momento da confusão, ele (
o árbitro Antônio Denival de Moraes) queria ver o número da camisa dos jogadores e não conseguiu. Como eu uso camisa diferente, ele pegou e me expulsou. Eu acho que foi isso porque todo mundo fez a mesma pressão, falou as mesmas coisas. Posso estar errado, mas por estar de uniforme dfierente, por ter um certo destaque, acabei sendo expulso.
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