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Opinião | sexta-feira, 27 de maio de 2005, 11h42

Análise de Cerro Porteño 2 x 1 Atlético, por Marcel Costa

Análise de Cerro Porteño 2 x 1 (4 x 5) Atlético
por Marcel Costa

Estádio lotado, torcida fanática empurrando o time o tempo todo, gol sofrido nos primeiros minutos. Todos os ingredientes de uma tradicional partida de Libertadores da América o Atlético experimentou em Assunção. E saiu classificado, colocando seu nome na história do futebol paranaense, como o primeiro representante do estado a garantir um lugar entre os oito melhores clubes do ano na América Latina. Além disso, o clube ganhou pontos no ranking da Conmebol, aproximando-se do Guarani, o 13.º colocado (para superar o Bugre precisa passar do Santos nas quartas-de-final).

O Atlético começou bem o jogo, atacando o Cerro Porteño e impedindo que os paraguaios avançassem demais logo no início de partida. Porém, uma falha defensiva atrapalhou os planos do treinador Borba Filho e assustou toda a torcida atleticana. O gol no início não estava previsto e poderia afetar o time em campo. Mas o Atlético estava predestinado a vencer e a falha da zaga rubro-negra foi minúscula, comparada ao bizarro atraso de bola de Espínola para Aceval. Lima, oportunista e sempre acreditando nas jogadas, estava no lugar certo para empurrar a bola para o gol e resgatar a esperança da nação atleticana. O jogo continuou disputado, com bastante movimentação no meio de campo e um Atlético disposto a garantir a sonhada vaga. Os paraguaios tentavam o gol a todo o custo e quase desempataram em um erro de saída do gol de Diego, evitado por um milagre de Marin.

Quando o jogo parecia caminhar empatado para o intervalo, Cocito não deu conta de Santiago Salcedo e o Cerro marcou o segundo. O Atlético poderia ter novamente empatado, tivesse o lateral esquerda Marin caprichado um pouco mais em um arremate frente ao goleiro Aceval. Mas a classificação estava destinada a vir na cobrança de pênaltis, recheada de emoções, vingando a amarga derrota de 2000 para o Atlético de Minas. O segundo tempo começou e o time recuou demais, motivando o Cerro Porteño a atacar com mais freqüência. A trave salvou o time da derrota por duas vezes, o goleiro Diego fez milagres e certamente uma luz iluminou o time. Provável que a luz de Nowak, herói atleticano de tantas batalhas que se despediu da vida nesta mesma quinta-feira.

O jogo enfim terminou e se a torcida atleticana respirou aliviada por não sofrermos o terceiro gol, voltou a ficar tensa com a dramática disputa de pênaltis. O Cerro sempre esteve na frente do marcador e o Atlético correndo atrás do empate. Felizmente, Alan Bahia, Fabrício, Baloy e Marin foram competentes e confirmaram suas cobranças. Quando o artilheiro da Libertadores foi para a cobrança a expectativa era da disputa permanecer empatada, mas Diego foi feliz e com perfeição defendeu o pênalti cobrado pelo paraguaio. A classificação estava nas mãos, ou melhor, nos pés do jovem Evandro, criado dentro do clube e com a responsabilidade de carregar o time que o revelou ao triunfo. Este não erraria, o sangue rubro-negro correu por suas veias e o talentoso Evandro cobrou com muita categoria, garantindo a vaga e encerrando um dos mais belos capítulos da história atleticana, o triunfo sobre o Cerro Porteño nas oitavas-de-final da Copa Libertadores da América 2005.

Iluminado por Nowak e com o apoio do espetacular Emanuel nos comentários do Sportv, o Atlético enfim encerra o trauma de 2000, continuando a caminhada rumo ao topo da América. Com muita raça, superação e determinação podemos sim sonhar com vôos mais altos. Quarta-feira um novo capítulo estará se iniciando, com um conhecido protagonista como rival. Boa sorte Atlético!

Marcel Costa é colunista da Furacao.com.

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