1943

Vencendo o Coritiba em final pela primeira vez

Uma semana depois do primeiro jogo da final do Campeonato Paranaense de 43, Atlético e Coritiba voltaram a campo para decidir o título da competição. Para ficar com a taça, o rubro-negro precisava apenas de um empate. Uma vitória coritibana provocaria um terceiro jogo.

O jogo atraiu grande atenção dos curitibanos. O público registrado no Joaquim Américo foi o maior de uma partida de futebol no Paraná até então, mesmo com a chuva que atingiu a cidade durante todo o domingo do jogo. O campo encharcado foi um obstáculo a mais a ser vencido pelos jogadores das duas equipes.

Coincidentemente, a seqüência dos gols foi exatamente a mesma da primeira partida. O Atlético saiu na frente, o Coritiba virou e o rubro-negro garantiu a vitória, confirmando sua superioridade.

Mesmo chutando desequilibrado, Lilo abriu o marcador para o Atlético. No início do segundo tempo, Rubinho empatou o jogo para o Coritiba, que virou aos 23 minutos com um gol do ponta Babi. Logo depois, o ponta-direita Batista se machucou. Como não havia substituição, ele trocou de posição com Ibarrola e ficou encostado na ponta-esquerda.

Porém, a camisa rubro-negra é capaz de operar milagres. Mesmo machucado, Batista conseguiu marcar o gol de empate, cabeceando um cruzamento de Ibarrola. Para se ter uma idéia da gravidade de Batista, basta dizer que ele passou duas semanas internado em um hospital com a perna engessada em virtude da contusão sofrida durante a partida.

A raça do ponteiro machucado parece ter inspirado os companheiros, que não abdicaram em nenhum momento da busca pela vitória. Aos 41 minutos, Ibarrola cruzou para o artilheiro Lilo, que mandou de voleio e marcou um golaço, garantindo o título de 1943. A conquista foi comemorada de maneira entusiástica, como nunca se havia visto na história do futebol paranaense. A torcida invadiu o campo do Joaquim Américo e abraçou os jogadores, que foram carregados como verdadeiros heróis. Fogos de artifício e uma revoada de pombos abrilhantaram ainda mais a conquista atleticana.

Os jogadores foram homenageados como um bicho extra: correu uma lista entre torcedores para arrecadar uma quantia a ser rateada pelos atletas. Para a diretoria e torcedores, a festa ficou por conta da chamada “semana da vitória”, que contou como um banquete oferecido ao presidente Manoel Aranha na Sociedade Thalia e uma grande festa no Cassino Ahú. A semana foi encerrada com um churrasco no Joaquim Américo, durante o qual os jogadores participaram de uma animada pelada entre casados e solteiros.

Ficha: 16/01/1944
Atlético 3 x 2 Coritiba

Local: Baixada
Arbitragem: José Rodrigues Rocha
Renda: Cr$ 21.037,00
Atlético:

Caju; Zanetti e Urias; Pizzato, Nilo e Joanino; Batista, Lupércio, Lilo, Aveiros e Ibarrola. Técnico: Carbô.

Coritiba: Sandro; Breyer e Augusto; Tonico, Aryon e Janguinho; Babi, Merlin, Neno, Rubinho e Altevir. Técnico: Antonio Corteze.

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