Bateria: polêmica da vez
A vibração da torcida e o apoio incondicional nos 90 minutos de jogo, ao som do tradicional batuque fizeram com que o estádio ficasse conhecido no Brasil inteiro como um caldeirão. Sem ele, alegam os torcedores, a Arena se transforma num estádio frio, comum e sem-graça. E a volta dos bons tempos do Caldeirão rubro-negro é uma vontade da maioria dos atleticanos. Enquete da Furacao.com aponta que cerca 80% dos internautas acreditam que a bateria está fazendo falta no anel inferior da Arena. Do mesmo modo, integrantes do Fórum do site elaboraram, conjuntamente, um manifesto pelo retorno dos instrumentos de bateria ao anel inferior do estádio.
Se é a bateria que dita o ritmo da torcida rubro-negra, sua ausência está sendo sentida até mesmo pelo time, dentro de campo. "O Atlético, com a torcida ao seu lado, é quase imbatÃvel dentro do Caldeirão. Mas com a torcida contra, ele vai brigar para não cair. A torcida do Atlético é muito grande e muito intensa, precisamos dela ao nosso lado sempre", desabafou o técnico Levir Culpi após o jogo contra o Fluminense.
Para os representantes das organizadas, esse apoio que pede o treinador fica mais completo ao som do material de percussão. "A bateria, o apoio total da torcida, a vibração toda, com certeza é um fator a mais para motivar os jogadores. Queremos sempre fazer uma festa bonita, contribuir com cada vitória e cada conquista do Atlético, como sempre fizemos", justifica Juliano, da Fanáticos. "A torcida está desconfortável. Antes, a gente ia aos jogos preparados para uma grande festa. Hoje, mesmo ganhando, não é a mesma coisa. Falta aquela vibração, aquela alegria. Falta um algo a mais, que é a bateria, as faixas, a volta daquela essência que nos faz acreditar que a Baixada é sim a casa da torcida atleticana", emociona-se Gabriel.
Os dirigentes contra-argumentam que é melhor para as torcidas ficarem no anel superior da Baixada. "Foi feito um estudo de ressonância musical e chegou-se à conclusão de que se as baterias tivessem situadas no andar superior, as ondas sonoras atingiriam uma repercussão muito maior, especialmente sobre a torcida adversária", justifica o presidente Fleury.
Ditando o ritmo das vitórias
A paixão e o amor incondicional pelas cores vermelho-e-preta sempre impulsionaram o torcedor atleticano. Uma torcida que tem como marca registrada o atleticanismo e o apoio irrestrito ao time durante toda a partida. A torcida é conhecida nacionalmente por sua irreverência e criatividade, que através de gritos, cantos, coreografias e músicas transforma rapidamente a Arena da Baixada num verdadeiro Caldeirão. Um Caldeirão atleticano.
Em 1978, a recém-criada Torcida Organizada Os Fanáticos conseguiu, com o apoio do então presidente Antônio Sérgio Guimarães Lück, dinheiro suficiente para a compra da charanga da Fanáticos. O primeiro instrumento do grupo foi uma azabumba (um surdo que fica pendurado no peito). Assim começou a história de um relação explosiva, capaz de calar torcedores adversários e intimidar jogadores de outros times em nome da paixão pelas cores rubro-negras.
Hoje, apesar das diferenças entre alguns torcedores e a diretoria, a relação entre time/torcida continua a mesma, movida pela paixão que une milhares de atleticanos, simplesmente, apaixonados. Uma paixão sem limites, em nome do engrandecimento do Clube Atlético Paranaense.
E você, acha que a presença da bateria dá um colorido especial na festa da torcida atleticana? Confira os depoimentos de alguns torcedores sobre o assunto:
"Ir à Arena e não ouvir o bumbo da Fanáticos é como ver o jogo o tempo todo sentado, andar na Rua XV sem topar com o Oil Man, ou beijar de olhos abertos: não tem graça." - Dary Júnior, jornalista e colunista da Furacao.com
"A bateria representa o coração rubro-negro batendo mais forte. É um ritmo que contagia todos nós, torcedores.... A única coisa que queremos é torcer e unidos ajudar o Furacão no caminho do bi." - Jaqueline dos Santos, estudante
"Assim como por muito tempo os tambores elevaram o moral e aumentaram a determinação dos antigos guerreiros em batalha, a bateria marca o ritmo da nossa alegria e da nossa paixão. Nada mais desejamos além de nos juntarmos aos esforços de todos os atleticanos, sejam eles jogadores, comissão técnica, diretores, simpatizantes ou torcedores, para que com a garra de todos, seja possÃvel demonstrar ao nosso modo, o orgulho e principalmente o compromisso de quem é apaixonado pelo nosso querido Furacão." - Sergio Surugi de Siqueira, professor universitário
"Em cinco anos de funcionamento da nova Baixada, jamais foi noticiada qualquer reclamação por parte dos proprietários de camarotes, e tampouco houve qualquer problema com a organizada naquele local. Curioso que este 'problema' seja apontado pela diretoria justamente neste momento marcado pelo desentendimento" - Ricardo Campelo, advogado e colunista da Furacao.com
"O apoio incondicional de nossa torcida, nossos gritos de guerra, a batida de nossa bateria e o entoar dos cantos sempre foram nosso diferencial. Sempre fomos temidos e admirados por adversários por este motivo. A bateria é fundamental neste quesito. Não podemos abrir mão desta ferramenta, que complementa a raça que orgulhamos ter." - Eduardo Vieira, empresário
Reportagem: Patricia Bahr, do Conteúdo da Furacao.com
Saiba mais sobre o tema dessa reportagem:Matéria do site Furacao.com:
https://www.furacao.com/materia.php?cod=9842
© Furacao.com. Todos os direitos reservados. Reprodução permitida desde que citada a fonte.