Leia a opinião de Sérgio Tavares Filho:
Parede de Metal
O Rio de Janeiro não está mais lindo. A realidade do tráfico de drogas e a incompetência de quem administra a cidade fizeram do maior cartão-postal do Brasil um mundo perdido. Não consigo achar a solução de um problema que vem se arrastando há anos. A guerra entre os traficantes e a polÃcia mata mais, proporcionalmente, do que os atentados no Iraque.
Num paÃs pobre e miserável como o nosso, assistimos todos os dias o sofrimento da população para ser atendida no posto de saúde, pessoas reclamando da água que invade a casa na região metropolitana, idosos abandonados em asilos esperando a morte. Poucos como eu e você temos o privilégio de fazer três ou quatro refeições por dia, estar empregado, poder comprar uma aspirina quando temos dor de cabeça e dormir tranqüilo num inverno rigoroso como o de Curitiba. Mesmo com todas as dificuldades que enfrentamos no dia-dia, levamos a vida.
É por isso que não entendo muitas situações que poderiam ser contornadas com uma boa conversa. A briga entre a diretoria do Atlético e Os Fanáticos é um exemplo. As duas partes criaram uma parede de metal que estremeceu a relação. A briga por causa do preço do ingresso, a proibição da bateria na Arena, dos materiais de papel para a coreografia da torcida são alguns exemplos.
Será que as pessoas dos dois lados não poderiam ser mais humildes e tentar voltar a trabalhar unidos, ajudando o Atlético Paranaense? Não consigo entender o porquê de toda confusão. Antigamente o Petraglia era Deus. Hoje mudou de lado. Antigamente os integrantes da Fanáticos eram aliados. Hoje são inimigos declarados.
Ainda tenho muito a aprender com a vida, só que duas coisas eu carrego de berço: os poderes da gratidão e do perdão. Sou grato por tudo o que já vivi com o Atlético embalado pela alegria dos Fanáticos. E queria viver assim para sempre, pois aqui não é o Rio de Janeiro e nem tudo está perdido.
Sérgio Tavares Filho
Editor e colunista da
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