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Nenhum | segunda-feira, 19 de abril de 2004, 17h47

Opinião de Juliano Ribas

Leia a opinião de Juliano Ribas:

Reflexões

Com o fato consumado, fica fácil falar. Depois da adversidade, buscam-se razões para ela. Algumas foram escolhidas depois do jogo de ontem: Mário Sérgio e diretoria do CAP.

Se naquele escanteio o refugo não fivesse acertado a cabeçada, quem sabe Mário Sérgio estaria sendo insensado. E sua invencibilidade de 19 jogos enaltecida. E o jogo no chiqueiro, ponto crucial na perda do título, estivesse sendo visto como um acidente de percurso. Mas agora, o "se", não representa mais nada. Sinceramente, no bojo, na amplitude, o trabalho do Mário Sérgio está longe de ter sido medíocre. Seus dias no Rubro-negro trouxeram coisas positivas, como a vontade e o resgate da força de grupo. Isso ficou bem claro na busca do empate lá no morro e na busca do placar na Arena. Coisas que não tínhamos nem de longe com Vadão e outros.

Sua teimosia em tirar o craque do time e de querer mostrar que é um grande estrategista, transformaram-no, nestas finais, em um perdedor. E um clube que atingiu a grandeza do Atlético não precisa de pessoas que colocam algumas vaidades acima do interesse de uma nação.

Adeus, Mário Sérgio. Você tinha tudo para conquistar o seu primeiro título como treinador e perdeu-se dentro de sua própria mente, que imaginava um título todo creditado à sua esperteza. Que sonhava em mostrar que o simples é para os tolos.

De bom, fica a filosofia de seriedade e cumprimento de funções que agora nosso time possui. O trabalho foi bom, o resultado foi péssimo, e disso tudo tira-se a lição: o Atlético esté em outro nível de exigência. Títulos são obrigação e o bom trabalho deve virar conquista. Um técnico mais gabaritado e vencedor poderá trazer aquilo que queremos.

O outro causador do fracasso, segundo muitos, foi a diretoria. Dizem que o clube perdeu o controle do futebol. Que o Atlético é só marketing. É só dinheiro. Bem verdade é que o Atlético evoluiu desde o ano passado. Saímos de uma fossa e entramos em um período novo, que tem tudo para terminar em um bom resultado. Se não fosse alguns erros do treinador e algumas casualidades, a diretoria estaria comemorando junto com todos nós o título dos 80 anos. E muitos a aplaudiriam. Essa diretoria é diferente de Mário Sérgio. É vencedora. E para ter resultado em seus planos, necessita agora, mais do que nunca, um técnico que combine com seu perfil e, principalmente, com o perfil desse Atlético dos últimos 9 anos. Um treinador vencedor.

Fracassados

Alguns fracassados, personificaram a figura dessa diretoria em objetos inanimados e neles descontaram toda a sua ira. Chutaram e quebraram as cadeiras da nossa querida Arena da Baixada. Uma mostra de total irracionalidade. É difícil querer chegar em outro patamar de evolução quando seres da era de neanderthal atrasam todo o processo.

Visto o que aconteceu no domingo, as palavras de raiva do Presidente Fleury transformaram-se em palavras de um visionário. Como ele disse, alguns vagabundos vão ao estádio com a cara cheia de cana e substâncias tóxicas para depois sair vandalizando e assaltando. Ele tinha razão. Essas pessoas existem e quebraram o patrimônio de um povo. Danificaram nossa própria casa. Defecaram em sua própria sala de estar. Socaram seu próprio rosto. Cuspiram na face do seu irmão. Pobres frustrados. Que fiquem longe da Arena para sempre. O chiqueiro coxa e sua fedentina combinam mais com vocês.

Vantagem

Não é fácil, depois de 26 anos, perder um título para os coxinhas. Muitos ainda não sabiam o que era isso. É uma novidade. Uma hora ou outra iríamos ter que experimentar ou reviver. Agora são 6 triunfos nossos contra 5 deles. A vantagem é nossa. E que ela fique por mais 26 anos. Ou até mais. O importante, nesse momento, é saber perder, pois os grandes campeões sabem.

Daqui para frente, com um bom técnico, podemos aproveitar melhor alguns jogadores que são os maiores craques do estado, como Jadson, Fernadinho, Ilan, Dagoberto e Washington. Eles não são jogadores mambembes e mercenários que trocam de camisa a cada semestre em troca de salários milionários que quebram clubes falidos. Ainda podem trazer bons frutos para o CAP. Que o novo "professor" os aproveite ao máximo e não impeça o caminho do talento deles. A torcida não perdoa a crueldade que costumava fazer Mário Sérgio Pontes de Paiva com menino de ouro Jadson.

Juliano Ribas
Colunista da Furacao.com

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