O QUE REPRESENTA O ATLÉTICO PARA MIM
Nasci na Rua Desembargador Motta, entre as avenidas Iguaçu e Getúlio Vargas. Ou melhor, nasci na Casa de Saúde Moysés Paciornik. Passei minha infância inteira na Água Verde. Joguei bola, corri atrás de balão e soltei pipa no antigo campo do Cinco de Maio (lembram-se dele?), hoje Praça Afonso Botelho. Quase sempre atravessava a Rua Buenos Aires e ia dar uma espiadinha no Estádio Joaquim Américo.
Nos dias de jogo - naquela época ainda não era tão ligada em futebol - assitia, da janela de minha casa, a todo o movimento de chegada e saída de carros e torcedores. Era gostoso ver todo aquele povo de bandeira na mão e com a camisa do Atlético. Prarticamente me criei na Baixada. Então, não poderia dar outra: quem morava na Água Verde, tinha, obrigatoriamente, de torcer pelo Atlético. Ai daquele que torcia pelos inimigos!
Foi assim que o Atlético começou a entrar na minha vida. Na verdade, o Atlético já fazia parte do cotidiano de minha família. Tive, também, parentes bem próximos que fizeram parte da diretoria rubro-negra, como o saudoso Waldomiro Pedroso, presidente no ano de 1950, casado com uma tia. Aos poucos, fui me familiarizando com o futebol e, em 1968, decidi mergulhar de cabeça. Assisti a alguns jogos do campeonato daquele ano no Estádio Joaquim Américo, e não saí mais dele.
Dois anos depois, comecei a trabalhar como repórter da extinta Rádio Guairacá e mais tarde fui para a Tribuna do paraná, jornal em que trabalho até hoje. São vinte e quatro anos de crônica esportiva, acordando, dormindo, comendo e respirando Atlético, onde passei a maior parte de minha carreira. Comecei como setorista do Ferroviário, depois Colorado, passando por Pinheiros e Coritiba. Mas, sempre me mandavam de volta para a Baixada.
Tentar passar para o papel o significado do Atlético para mim é difícil demais. Teria de escrever um livro. Como não posso, prefiro sintetizar: o Atlético é um estado de espírito! Se ele vai bem, todos nós vamos bem. Se vai mal, sai da frente!...
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