O ataque é uma das posições que menos preocupa a torcida atleticana. Mesmo com a saída de Kléber e Alex Mineiro, titulares de 2001/2002, os atacantes não foram problema para o Atlético em 2003. Ilan finalmente se firmou como artilheiro e foi o maior goleador do Furacão durante o ano. De quebra, foi convocado para a Seleção Brasileira principal pela primeira vez em sua carreira.
Ilan ainda deu alegrias à torcida e escreveu páginas importantes na história do Atlético em pelo menos três jogos. Contra os grandes Flamengo e Corinthians, marcou três gols em cada jogo e ajudou o rubro-negro a golear. Contra o rival Coritiba, foram dois gols uma obra de arte: uma linda bicicleta, calando a torcida adversária.
Alex Mineiro, o herói do título brasileiro de 2001, foi o grande reforço do Atlético durante o Campeonato Brasileiro. Chegou no final do primeiro turno e teve atuações importantes especialmente nas vitórias fora de casa, fato raro durante o início da temporada.
Porém, o grande destaque da posição foi o jovem Dagoberto. Aos 20 anos, ele brilhou tanto com a camisa do Atlético como com a da Seleção Brasileira. Tornou-se o principal jogador do país na Seleção Sub-20 e realizou jogos memoráveis no Brasileirão, demonstrando categoria, habilidade e faro de gol.
O ponto negativo da posição foi a alta rotatividade. Além dos três principais atacantes, também foram testados Ricardinho, Selmir, Lê, Paulo Santos, Fabinho, Jadilson, Anderson Gomes e Lobatón.
DAGOBERTO
Dagoberto começou o ano disputando o Campeonato Sul-Americano pela Seleção Sub-20 e só foi atuar pelo Atlético em fevereiro. Suas atuações na Seleção foram uma constante durante todo o ano. Dago participou do Pan em Santo Domingo e foi campeão mundial nos Emirados Árabes com a Sub-20. Pelo Atlético, Dagoberto foi um dos destaques no ano, sendo eleito pelos internautas da
Furacao.com como o melhor em 2003. Além disso, o atacante terminou o ano como vice-artilheiro da equipe com 12 gols e ficou em terceiro lugar na Bola de Prata da revista Placar. No final do ano, Dagoberto teve mais uma boa notícia: foi convocado por Ricardo Gomes para disputar o Pré-Olímpico em 2004. Durante todo o ano, o atacante foi sondado por várias equipes italianas e seu destino no ano que vem pode ser mesmo a Europa.
ILAN
Ilan viveu a melhor fase de sua carreira neste ano de 2003. Ele assumiu a artilharia do rubro-negro no segundo jogo do ano e não deixou mais a liderança. Marcou 24 gols em 2003, sendo 16 deles no Brasileiro. Apesar de ter feito muitos gols, Ilan sofreu o mesmo calvário de Kléber, convivendo com o amor e o ódio da torcida. Teve passagens marcantes, como os três gols contra o Flamengo e o Corinthians e os dois gols no Atletiba da Baixada. No final de maio, ele chegou a assumir a artilharia do Brasileirão. Logo depois, foi convocado para a Seleção Brasileira e disputou a Copa das Confederações. Em julho, Ilan entrou na parcial da Bola de Prata da Placar com um dos melhores atacantes do campeonato. Depois disso, viveu uma má fase e ficou três meses sem marcar um gol. Quando se recuperou tecnicamente, sofreu uma entrada no jogo contra o Vitória e ficou afastado dos gramados. No final do ano, viajou para a Europa a fim de obter a cidadania italiana - o que certamente facilitará sua negociação com um clube europeu.
ALEX MINEIRO
Nos primeiros dias de 2003, Alex Mineiro realizou exames médicos no Tigres, seu novo clube. Passou seis meses no México e voltou ao Atlético em julho, depois de uma disputa acirrada com o Vitória, que chegou a ir à Justiça para tentar contratar o jogador. O herói de 2001 fez sua reestréia no último jogo do primeiro turno, contra o Vasco. Seus primeiros gols foram marcados justamente na primeira vitória do Atlético fora de casa no Brasileirão, contra o Atlético Mineiro. Nas últimas partidas, passou a atuar sozinho no ataque, exercendo uma função diferente, de pivô. Apesar de suas boas atuações, sua permanência em 2004 é uma incógnita, uma vez que o Corinthians tem interesse em sua contratação.
RICARDINHO
Contratado pelo Atlético em abril de 2003, o atacante Ricardinho ganhou o apelido de "Rei do Drible" no Marília e foi disputado também por São Paulo, Cruzeiro, Ponte Preta e Guarani. Sua estréia no Furacão foi na partida contra o Figueirense, em Florianópolis. Ricardinho entrou na segunda etapa e criou boas chances para o Atlético, dando uma ótima impressão para os torcedores. No entanto, seu desempenho nas partidas seguintes não foi o mesmo e o jogador permaneceu no banco por boa parte do Campeonato Brasileiro, sendo titular apenas quando outros estavam machucados. Porém, Ricardinho voltou a atuar bem em novembro, dando um show de bola contra o São Paulo. Mesmo assim, sua sina de não marcar gols o perseguia. Somente nas duas últimas partidas do ano é que o "Rei do Drible" desencantou, marcando três gols na reta final da Copa Sesquicentenário.
LÊ
Vice-artilheiro do Campeonato Gaúcho, Lê chegou ao Atlético em abril com a esperança de ser o matador que faltava ao ataque rubro-negro. Ledo engano. O gaúcho sequer era relacionado para o banco de reservas por Vadão e ficava sempre atrás de Ilan, Dagoberto, Ricardinho e Selmir nas substituições. O Figueirense chegou até demonstrar interesse em contratar o jogador, visto que ele não havia atuado no Brasileirão e poderia defender as cores do time catarinense. A estréia do atacante na Baixada só aconteceu em junho, no amistoso contra a Seleção Brasileira Sub-20. Sua única partida como titular no Campeonato Brasileiro foi no primeiro turno contra o Paysandu, mas o resultado não foi nada bom: o atacante saiu de campo vaiado pela torcida atleticana. Com a Copa Sesquicentenário, Lê foi melhor aproveitdo e marcou um gol contra o Coritiba.
ANDERSON GOMES
Anderson Gomes está no Atlético desde os Juvenis. Em 2003, atuou pelos Juniores e teve destaque marcando gols em algumas competições importantes. Em julho, devido à escassez de atacantes no elenco, o técnico Vadão convocou Anderson para treinar com os profissionais. Ele fez sua estréia no time de cima no jogo contra o São Paulo, no Morumbi. Entrou no segundo tempo, mas teve poucas chances de mostrar seu futebol. No final do mês, foi chamado para reforçar a equipe de Juniores, que disputava a fase final da Taça BH. Ficou com o vice-campeonato e acabou permanecendo nos Juniores com a chegada de Mário Sérgio. Como ainda tem mais dois anos na categoria, é provável que permaneça nos Juniores em 2004.
SELMIR
Selmir começou o ano como uma das primeiras opções para substituir os atacantes titulares. Alto e bom no jogo aéreo, ele oferecia uma opção de jogo distinta dos demais companheiros, atuando como um centroavante típico. Porém, não conseguiu aproveitar as chances que recebeu e acabou sendo emprestado para um time de Israel durante o Brasileiro. Não deu certo e ele voltou ao Atlético no meio do ano, sendo integrado ao time B, que disputou a Copa Sesquicentenário. Firmou-se na equipe e foi o artilheiro do rubro-negro na competição. Seu destino ainda é incerto.
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