Segundo o colunista da Folha de Londrina, Luiz Cláudio Oliveira, o Atlético estará burlando o código do torcedor neste sábado.
"Olá, amigos do Esporte! O Atlético Paranaense se auto-promove afirmando ter o mais moderno estádio da América do Sul, a Arena da Baixada. A propaganda atleticana diz que faz tudo para agradar ao seu torcedor. Realmente, é preciso reconhecer que a Arena é o que temos de mais moderno e mais confortável e estou torcendo para que o clube consiga concluÃ-la o mais rápido possÃvel. Mas isso não é desculpa para o que se está anunciando para este sábado, no jogo contra o Guarani. O clube simplesmente recusou-se a cumprir o Estatuto do Torcedor e agora prepara a burla anunciada deste documento legal.
O Estatuto do Torcedor já está em pleno vigor. Diz a lei, em seu artigo 22, que os estádios terão que numerar todos os ingressos e que o torcedor tem direito a ocupar no estádio o local correspondente ao número constante no ingresso. Pois o Atlético não numerou os locais para os torcedores e, além de burlar a lei, pretende ''driblar'' a lei em uma manobra tacanha.
O Estatuto do Torcedor estabelece que as regras têm que ser obedecidas em todos os estádios com capacidade superior a 20 mil pessoas. Acontece que a diretoria atleticana tenta enganar a lei vendendo bem menos que 20 mil ingressos. Pelo que o clube divulgou, estarão à venda apenas 7.640 ingressos. Somando-se aos quase 1,4 mil torcedores que compraram o carnê com direito a assistir a todas as partidas, o público de sábado deverá ser de, no máximo, 10 mil pessoas.
Ao contrário do que pensam os diretores, orientados pelos cartolas da CBF, isso não permite o descumprimento do Estatuto do Torcedor pois o que interessa não é a quantidade de público no estádio, mas a capacidade da praça esportiva.
O que não se entende é porque o mais moderno estádio da América do Sul não pode numerar os lugares. Todos as outras exigências teriam sido cumpridas, porque só a numeração foi deliberadamente descumprida? A efetiva capacidade de público da Arena poderia ser diminuÃda dos atuais 32 mil lugares para bem menos. Será isso?
Independente das razões, o Procon e o Ministério Público têm que fazer estes questionamentos pelos canais competentes, ou seja, a Justiça".
Luiz Cláudio Oliveira - luiz@bonde.com.br
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