Jogadores pernambucanos são o novo filão para o Atlético/PR. Nada menos do que oito jogadores já estão no Furacão, dos juvenis aos profissionais
por WLADMIR PAULINO
Não se espantem se nos próximos seis meses, um ano ou dois o narrador Galvão Bueno se derramar em elogios para Jadílson. ‘Um jogador revelado pelo Petrolina, do Pernambuco’, com do mesmo, como dizem alguns sulistas ao se referirem ao Estado. Em vez de Jadílson o nome pode ser Rodrigo, Odilon, Samuel, Diego ou Franklin. E tanto faz se for a narração de um gol, uma roubada de bola, uma defesa acrobática ou aquela tirada de bola em cima da linha. Os seis nomes citados acima são de jogadores recém-saídos do Recife – com exceção de Samuel, que é paraibano – para o Atlético Paranaense, clube considerado o novo Eldorado na formação de atletas.
O sexteto está de férias na cidade até o próximo dia 26. A eles ainda juntam-se o meia Michel e o atacante Seomir – este emprestado pelo Atlético ao Figueirense, no Brasileiro 2002. As idades variam de 16 a 22 anos. O primeiro a conhecer a sempre elogiada estrutura do clube paranaense foi o zagueiro Rodrigo Gomes, de 20 anos. Há dois, ele trocou o calor pernambucano pela fria – apenas no clima, que fique bem claro – Curitiba. Na campanha vitoriosa no Brasileiro de 2001 chegou a figurar no banco de reservas em alguns jogos, mas não se firmou. “Este ano estava mais maduro e subi com mais oito atletas para os profissionais”, conta.
Também há dois anos na Baixada está o volante Odilon Albuquerque Neto, 17. Depois de dar os primeiros passos no Sport, o candidato a craque arriscou-se no Sul e se deu bem. Embora ainda não tenha contrato como profissional, este ano ascendeu dos juvenis para os juniores. A história de Odilon é parecida com a do atacante Franklin Lopes, também de 17 anos.
Há um ano e dois meses no Atlético, ele deixou o Sport, onde atuava no infantil por causa da política adotada pela diretoria no ano passado. “Eles acabaram com as categorias infantil e juvenil”, lembra. Sem ter para onde ir, ele não perdeu tempo quando surgiu a oportunidade para defender o Atlético/PR, há um ano e dois meses. Áquela altura, o Furacão já era considerado a sensação do futebol brasileiro.
Os mais jovens do time são o volante Samuel Melo Júnior e o goleiro Diego Nascimento, ambos de 16 anos. A dupla ainda defende o juvenil. Samuel já tem um ano no novo clube. Nascido em João Pessoa, Paraíba, ele começou no futsal. Chegou a ingressar no infantil do São Paulo, mas agora não quer sair do novo clube. “A estrutura do Atlético é melhor que a do São Paulo”, atesta.
Diego é o único goleiro da safra e também o mais recente a integrar as divisões de base do rubro-negro paranaense. Há apenas quatro meses ele deixou a capital pernambucana, onde chegou a jogar no Unibol. Também defendeu o Vitória/BA, onde venceu o Mundialito sub-15, em 99, disputado na Alemanha.
JADÍLSON – O primeiro candidato a destaque dos pernambucanos no Atlético/PR é o atacante Jadílson Silva, 22. Primeiro, porque foi contratado diretamente para o elenco profissional. Segundo, em pouco tempo – cinco meses – já mostrou a que foi. Jadílson marcou quatro gols no Brasileiro deste ano, isso nos poucos minutos a que teve direito, pois sempre entrava no final das partidas. O melhor cartão de visitas foram os três tentos marcados em 30 minutos diante do Juventude, na última rodada da primeira fase.
Para quem não se lembra, Jadílson disputou o Campeonato Pernambucano no primeiro semestre pelo Petrolina e marcou nove gols, atrás apenas do artilheiro Júnior Amorim. Há dois anos, quando ganhou o passe, que pertencia ao Unibol, na Justiça, o atacante transferiu-se para a Arena da Baixada, onde passou seis meses. “Fiquei nos juniores e marquei sete gols. Foi uma experiência muito boa”, enfatiza.
Agora, mais maduro e já atuando no meio dos ‘grandes’, Jadílson espera entrar em 2003 com o pé direito. Mesmo com a mudança no comando, já que Abel não continuará como treinador e o substituto ainda não foi escolhido, o atacante não teme perder oportunidades. “Vou continuar fazendo meu trabalho e me dedicando ao máximo como sempre fiz. O novo treinador é que escolhe quem vai trabalhar com ele”, afirma.
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