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Entrevista | quarta-feira, 30 de julho de 2003, 14h34

Nelsinho relembra o título de 88

Por: Furacao.com

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Em comemoração ao título de campeão paranaense de 1988, a Furacao.com entrevistou o técnico Nelsinho Baptista, que ontem trocou o São Caetano pelo Nagoya Grampus-Eight, do Japão. O ex-lateral-direito começou sua carreira no interior paulista em 83 e foi contratado pelo Atlético em 87, para a disputa do Módulo Amarelo da Copa União.

O título de 88 foi o 15° da história do Atlético e o primeiro da carreira de Nelsinho. Justamente por isso, a conquista ficou marcada de forma especial na memória do hoje consagrado treinador. Clique aqui para saber mais sobre o Campeonato Paranaense de 1988.


Qual a importância do título paranaense de 1988?
Foi um título muito importante para mim porque, além de estar dirigindo um time de massa como é o Atlético Paranaense, foi meu primeiro título como técnico. Então foi de uma importância fundamental para a minha carreira.

Como você foi contratado pelo Atlético?
Quem me levou para o Atlético foi o Farinhaqui (José Carlos). Na época ele era diretor de futebol e andava muito por São Paulo. Ele acompanhou meu trabalho na Inter de Limeira e me contratou.

Você se recorda de qual era a expectativa do Atlético para aquele Paranaense? Qual era a pretensão do clube?
Quando um time como o Atlético vai iniciar uma competição, sempre se pensa em ser campeão. Mas existia na época o Pinheiros, que era um time que se encontrava numa condição financeira boa. O Atlético tinha algumas dificuldades econômicas, mas a gente sempre pensava em ser campeão.

Quais eram os problemas do clube?
Nós passamos por diversas dificuldades. O presidente era o Valmor Zimermann e o vice-presidente de futebol era o senhor Osni Pacheco. Eram abnegados, que trabalhavam por amor ao clube e procuravam dar as condições para a gente. Às vezes tinha atraso no pagamento, mas o grupo era muito bom. O seu Osni era um abnegado e acabou conseguindo o objetivo de todo torcedor, que era o título.

Qual era a formação tática daquela equipe?
O time começava no 4-4-2 ou no 4-3-3, mas eu cheguei a utilizar três zagueiros, puxando um volante. A variação tática dependia muito das condições dos jogadores e do adversário.

Quem era o grande craque do Atlético de 88?
O Carlinhos era considerado o craque do time, mas tínhamos também o Adilson, que vinha despontando como zagueiro e outros nomes muito bons como o Roberto Cavalo e o Marolla. Tem até uma curiosidade: o Carlos Pracidelli, que foi treinador de goleiros da Seleção na Copa de 2002, era reserva do Marolla nesse time. Na comissão técnica nos tínhamos o Humberto Ferreira como preparador físico e o Bugrão como treinador de goleiros.

Como foi a relação da torcida com o time naquele ano?
O torcedor nos acompanhava bastante. Logicamente que hoje a Baixada proporciona uma condição melhor para a torcida. Mas eu sempre tive uma relação muito boa com os torcedores do Atlético.

Depois dessa passagem, você nunca foi procurado para voltar a trabalhar no Atlético?
Em 96, eu tive um convite do Atlético, mas aí eu acabei indo para o Internacional. Foi na época em que o Leão deixou o Atlético.

Qual a grande lição que você tirou daquela conquista?
Devido a algumas dificuldades que nós tínhamos para trabalhar, eu aprendi que a gente tem de se adaptar. A gente tem de se adaptar às dificuldades e procurar fazer o melhor trabalho.

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