Não podemos negar: às vezes, o torcedor atleticano, por ser tão fanático e carregar esta paixão doentia pelo seu clube acaba caindo em contradição. Falo isso com uma grande propriedade, afinal também sou torcedor e me pego em muitas situações que chegam a ser cômicas.
Chegamos até a criticar com certo exagero, muitas vezes até esquecemos dos detalhes que circundam o futebol, pois queremos é bola na rede e um futebol bonito. Hoje, estamos convictos de que o Atlético não é a exuberância de time dentro de campo, muito pelo contrário, estamos bem longe, mas bem longe mesmo de um grande futebol ou de possÃveis comparações ao time campeão de 2001.
O que se viu na Arena ontem foi um time aguerrido no primeiro tempo, mas que demorou para entrar no jogo. Sorte que era contra o fraco Juventude, que ofereceu ao Atlético o tempo suficiente para o time se achar em campo. Aà sim, apareceram os talentos individuais.
Tanto se criticou o Kleberson, que está jogando quase tudo o que sabe e está sendo fundamental. Falou-se muito do Alessandro (ainda fala-se) e ele bem que mostrou muita vontade (mas ele que se cuide, David está aÃ). Diego, sem comentários, já caiu nos braços da torcida. Rogério foi alvo certo, e ontem formou com Capone uma boa dupla de zaga. O que falar do Ivan? Quando estávamos loucos com tantos erros do lateral, o mesmo colocou a bola na cabeça de Ilan. Vi várias vezes depois na TV, que belo cruzamento!
E Ilan, será um novo Kleber? Um misto de amor e ódio? Falamos, criticamos e xingamos o atacante, e ele nos responde com gols. Não passou em branco ainda em jogos na Arena, marcou em todos neste campeonato. Quando saiu no intervalo o Atlético perdeu seu ponto de referência no ataque. E aÃ, o que falar de Ilan? Posso apenas resumir com um sábio pensamento: "Os homens não falham, eles desistem de tentar".
E o povão atleticano continua, teimosamente, mordendo a própria lÃngua.
Rogério Andrade
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