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Futebol | quarta-feira, 06 de agosto de 2014, 10h57

No Atlético, Cléo desafia a “maldição do regresso”

Fonte: Bem Paraná

Foto Destaque

[foto: site oficial] Cléo retornou ao Atlético após oito anos

O atacante Cléo é o novo camisa 9 do Atlético Paranaense. Ele herdou a posição de Éderson, que foi emprestado por um ano para o Al Wasl, dos Emirados Árabes. Os dois foram revelados nas categorias de base do clube paranaense.

A diferença é que Cléo chegou a ser vendido pelo Atlético, em 2006, e rodou o mundo depois disso. Foram dois anos em Portugal, três na Sérvia, dois na China e um no Japão. Deixou o clube quando tinha 21 anos. Agora está com 29 anos.

Em 2014, Cléo terá a missão de liderar em campo uma equipe de novatos. E tentará que derrubar uma “maldição”. Os jogadores vendidos pelo clube têm fraco desempenho quando retornam para o Atlético. Foram os casos de Paulo Rink, Kleberson, Claiton, Gustavo Caiche, Kelly, Alberto, Lucas, Alex Mineiro e Lima. Todos vítimas da “geração Arena”.
Paulo Rink, 41 anos, hoje vereador de Curitiba, é o 7º maior artilheiro da história do clube, com 80 gols. Foi o goleador da equipe no Brasileirão de 1996, com 13 gols, na campanha que acabou nas quartas-de-final – contra o Atlético-MG de Taffarel. Em 1997, foi vendido ao Bayer Leverkusen, da Alemanha, por US$ 8 milhões. Voltou ao Furacão em 2006, com 33 anos, e não conseguiu se destacar, com apenas um gol em 17 partidas.

Alex Mineiro, 41 anos, teve um fim melancólico. Foi afastado em 2010, acusado pela diretoria de falta de profissionalismo – não teria comparecido a sessões de fisioterapia. Naquele ano, fez dois gols em 13 jogos. Em 2009, um gol em 16 partidas. Virou ídolo em 2001: foi o artilheiro da equipe na conquista do título nacional, com 17 gols – empatado com Kleber Pereira. Teve desempenho razoável em 2003 e bom em 2007 (28 gols em 36 jogos).

Outros goleadores sofreram situação semelhante. Lucas, hoje com 35 anos, brilhou no Atlético na conquista da Seletiva da Libertadores de 1999. Em 2000, foi comprado pelo Rennes, da França, por 21 milhões de euros. Rodou o mundo e voltou ao Furacão em 2011. Fez sete gols em 20 jogos no Paranaense e na Copa do Brasil daquele ano. Anunciou sua aposentadoria em seguida. Mas, dias depois, voltou para o Japão e assinou contrato com o FC Tokyo, onde jogou até 2013.

Lima, hoje com 32 anos, também entra na lista. Foi artilheiro do Atlético no vice da Libertadores 2005, com seis gols. Conquistou o título do Paranaense de 2005 cobrando pênalti na decisão contra o Coritiba. Mas seu retorno em 2009 não foi agradável. Marcou cinco gols em 19 jogos – apenas quatro partidas como titular. Hoje está no ASA, de Arapiraca (AL).

E a “maldição dos regresso” não atinge apenas os atacantes. O volante Claiton, hoje com 36 anos, sofreu essa mesma situação. Virou xodó da torcida em 2008, com grandes atuações. Em 2011, teve desempenho pífio. O volante Kleberson, hoje com 35 anos, foi campeão brasileiro em 2001. Dez anos depois, em 2011, participou do rebaixamento do clube no Brasileirão.

O zagueiro Gustavo Caiche, o meia-atacante Kelly e o lateral-direito Alberto retornaram ao Atlético em 2008. Nenhum conseguiu se firmar no time titular naquele ano. Antes, em passagens anteriores, viraram ídolos.

Uma exceção nesse período foi o volante Cocito, hoje com 36 anos. Foi campeão da Seletiva em 1999 e do Brasileirão em 2001. Deixou o clube em 2003. Depois de passar por Corinthians e Grêmio, voltou em 2005 e foi vice da Libertadores. Sempre como titular.

Silvio Rauth Filho (Bem Paraná, 05/08/2014)

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