Torcida atleticana: uma legião de apaixonados [foto: FURACAO.COM/Joka Madruga]
É voltado aos feitos do presente e às glórias do passado que o Atlético Paranaense comemora nesta quarta-feira, dia 26 de março de 2014, 90 anos de fundação. Nascido da união das duas maiores forças do estado, Internacional e América, o Atlético foi se consolidando ao longo dos tempos como o maior clube da história do futebol paranaense, detentor da maior torcida, do melhor Centro de Treinamentos, com atletas na seleção brasileira e títulos de expressão, local e nacionalmente, além de um vice-campeonato da Libertadores. Ao chegar às nove décadas de sua história, o clube está às vésperas de um dos maiores feitos de sua história: a inauguração da nova Arena da Baixada, palco da Copa do Mundo de 2014.
Por isso, ao comemorar 90 anos, todos os atleticanos sabem: a festa é hoje, mas o presente vem daqui alguns dias. No próximo sábado (29), nas comemorações pelo aniversário da cidade de Curitiba, será realizado o primeiro jogo-teste na Arena. Em abril, o Atlético finaliza as obras e poderá inaugurar oficialmente a nova e moderna casa de todos os atleticanos, que mesmo repaginada e modernizada, nunca deixará de lado suas características originais, sendo o nosso Caldeirão!
Hoje é dia de nos vestirmos de preto e vermelho e mostrarmos a nossa paixão pelo Furacão! E também é dia de relembrarmos alguns dos momentos mais marcantes que formaram nossa trajetória de 90 anos.
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Título de 2001: um feito histórico [foto: arquivo] |
Parabéns, atleticanos! Chegamos aos 90 anos de uma história de sangue forte, de quem tem raça e não teme a própria morte! Parabéns, Furacão!
O início de tudo: quando Internacional e América decidiram novamente se unir
Engana-se quem pensa que o Atlético é fruto de uma fusão. Na verdade o clube é originário da “re-junção” entre Internacional e América, clubes que no passado era uma única força e em 1924 resolveram novamente se unir para formar o maior clube do nosso estado.
Vamos explicar melhor essa história: em 1912, Joaquim Américo fundou o Internacional, que foi conquistando títulos e se tornou a maior força do futebol local. O clube ficou tão grande que não havia espaço para tantos atletas interessados em jogar. Esse foi um dos motivos que levou um grupo a deixar o alvinegro e fundar o América.
Em 1921, três anos antes do surgimento do Atlético, uma pesquisa atestava a força dos dois clubes. As maiores torcidas de Curitiba eram as seguintes: 1° América - 14.107 votos, 2° Internacional - 13.503 votos e 3° Coritiba - 7.971 votos.
Em 1923, americanos e internacionalistas começaram as discussões para a união de forças e o surgimento de um novo clube. Porém, divergências quanto às cores do uniforme acabaram cessando as negociações. Em 1924, a ideia de reunião de forças era vital para o engrandecimento do futebol do Estado. Mais amadurecidos, representantes de Internacional e América estavam dispostos a chegar a um consenso e formar uma nova agremiação.
No dia 21 de março de 1924, quando o processo de fusão já estava bem adiantado, colocou-se na pauta da reunião as discussões quanto ao nome e as cores do novo clube. Se chegassem a um entendimento quanto à isso, certamente nasceria um novo clube em Curitiba.
Numa forma de homenagear o Estado, optou-se pelo nome “Paranaense”, na tentativa de tornar o clube com repercussão por todo Paraná. Seria uma espécie de “Associação Atlética dos Paranaenses”. Porém, como já existia um clube com o nome de “Paranaense”, que disputava a terceira divisão do campeonato local, optou-se pela utilização do nome “Athletico”, conforme grafia da época. Pela idéia inicial dos fundadores, o novo clube seria o “Athletico dos Paranaenses”. Surgia o Club Athletico Paranaense.
A definição das cores do uniforme se resolveu pelo bom senso. Representantes do Internacional não abriam mão da camisa alvinegra, considerada por eles mais elegante. Já os americanos queriam a inclusão do vermelho. Num primeiro momento, cogitou-se uma solução que agradasse internacionalistas e americanos, com a presença de três cores: preta, branca e vermelha. Porém, para dar a sensação de igualdade no processo de fusão, os internacionalistas abriram mão do branco, que foi utilizada apenas como cor auxiliar, nos calções e alguns detalhes na camisa.
A camisa ficou definida com listras horizontais rubro-negras e o calção em branco. O distintivo foi formado pelas iniciais do clube: CAP. Nascia um novo rubro-negro no futebol brasileiro, que herdava o preto do Internacional, o vermelho do América e de ambos o amor e carinho pelas cores vermelho e preta.
Assim, a união de Internacional e América, em 1924, representou não só o retorno daqueles que haviam deixado o Internacional anos antes para formar outro clube. Mais do que isso, foi a reunião de forças dos dois times de maior torcida na época. Graças a isso, surgiu a camisa rubro-negra, cujas cores representam o que há de mais importante para todo torcedor atleticano.
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