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Geral | sábado, 29 de dezembro de 2012, 00h23

Retrospectiva 2012

Por: André Guenzen (Furacao.com)

Foto Destaque

Acesso foi o ponto alto de 2012 [foto: FURACAO.COM/Joka Madruga]

O ano começou com incertezas para os torcedores atleticanos. A eleição havia chegado ao final e uma nova diretoria assumiu o clube, justamente em um momento difícil, tanto dentro de campo, com o rebaixamento para a segunda divisão, como fora, com as incerteza que rondavam as obras na Arena da Baixada e que obrigariam o Furacão a encontrar uma casa temporária.

Primeiramente, o novo departamento de futebol não renovou com a legião de emprestados que jogou em 2011 pelo Atlético. Vários emprestados a outros clubes retornaram ao CT do Caju no início de janeiro. Para cuidar do futebol, Petraglia apostou no ex-olheiro do Arsenal na América do Sul, Sandro Orlandelli. Dagoberto Santos chegou para assumir a superintendência geral. O primeiro passo foi contratar o treinador Carrasco, após algumas negociações fracassadas com profissionais brasileiros.

Com um elenco inchado e com um técnico que não conhecia os jogadores, o clube abdicou de fazer pré-temporada e já no segundo dia de treinos com bola, os atletas já participavam de treinos coletivos. O equatoriano Guerrón não apareceu no CT na data combinada e passou a ser um problema a ser administrado.

O primeiro torneio do ano que o torcedor teve a oportunidade de acompanhar foi a Copa São Paulo de Futebol Júnior e os jovens do Furacão não fizeram feio, terminando na honrosa quarta colocação, mostrando que poderiam ser úteis ao clube no futuro.

Dentro de campo, o começo foi com o pé direito, após uma estreia boa no estadual, vencendo o Londrina, em Ponta Grossa, por 2 a 0. Uma sequência de vitórias e o acerto com o Corinthians Paranaense para utilizar o Janguito davam esperanças para a torcida. Fora, reforços passaram chegar, como os laterais Adriano e Gabriel Marques, o zagueiro Rafael Schimtz, o volante Renan Teixeira e o meias Zezinho e Ligüera.

Oficialmente, o clube anunciava a recriação da categoria Sub-23, que seria um celeiro de atletas para o elenco profissional da equipe.

Com o Janguito Malucelli pequeno para abrigar os sócios, a diretoria negociou o aluguel da Vila Capanema com o Paraná Clube e logo na despedida do estádio do Barigui ocorreu uma tragédia: o jovem torcedor André foi atropelado na saída da partida contra o Roma Apucarana e faleceu ainda no local.

Dentro de campo, o Furacão conquistou o 1º turno do Campeonato Paranaense e de certa maneira aumentou a autoestima da torcida, que ainda estava machucada pelo rebaixamento. Logo na estreia do returno, uma derrota desastrosa para o Londrina mostrou que muita coisa precisava ser alinhada. Nessa altura do ano, era nítida que a ausência de uma pré-temporada faria falta, com alguns atletas machucados e com o elenco caindo assustadoramente de rendimento na segunda etapa.

A estreia na Copa do Brasil, com derrota para o Sampaio Correa ascendeu o alerta em boa parte da torcida. No jogo seguinte, vitória contra o Operário e reestreia com gol de Guerrón, que havia chegado a um consenso com a diretoria e havia sido reintegrado ao elenco.

Porém o bom futebol dos primeiros jogos era cada vez uma lembrança distante. Na Copa do Brasil, Sampaio Correa e Criciúma foram superados, mas no estadual, era o rival quem liderava agora. Na Copa do Brasil, o adversário das oitavas foi o Cruzeiro e com um futebol eficiente, o Furacão conseguiu despachar a Raposa. Mesmo assim era evidente que a equipe necessitava de reforços. Carrasco também começou a incomodar parte da torcida com suas invenções. Em um jogo escalou Manoel como centroavante.

A derrota no clássico Atletiba definiu que o Paranaense teria finais e que o Rubro-Negro decidiria fora de casa. No primeiro confronto empate em 2 a 2, com arbitragem questionável de Evandro Román. Na partida final tudo igual, sem gols e Guerrón desperdiçou a penalidade que custou o campeonato ao Rubro-Negro paranaense.

Nesse momento, a pressão se tornou enorme, com Carrasco tendo muitos críticos. Para piorar tudo, Sandro Orlandelli foi até uma rádio e declarou que a diretoria atleticana pressionava o treinador uruguaio a não escalar esquema ofensivo nas partidas fora de casa. O acordo com o Paraná Clube havia chegado ao final e havia uma indefinição sobre qual seria o estádio que receberia os jogos do Atlético na segunda divisão.

Logo na estreia, o clube viu que o torcedor estaria ao seu lado, com a verdadeira invasão ocorrida em Joinville para acompanhar a estreia no estado vizinho. Dentro de campo o time fez sua parte e venceu por 4 a 1. Na partida seguinte, derrota para o Palmeiras e o sonho da Copa do Brasil mais uma vez se tornava um pesadelo.

A primeira derrota na Série B foi para o Boa Esporte, em Varginha, na segunda rodada. Reabilitação contra o Barueri e mais um tropeço contra o CRB e Carrasco, junto com toda sua comissão técnica estavam demitidos. A diretoria agiu rápido e contratou Ricardo Drubscky para a vaga.

No primeiro jogo do novo comandante, empate sem gols contra o Goiás, já no Carangueijão, que havia sido o estádio escolhido para receber os jogos do Atlético. Com os ânimos acirrados, Antônio Bettega, o Tataio, presidente do conselho deliberativo do Furacão foi agredido por um torcedor após o empate sem gols contra a equipe esmeraldina.

No jogo seguinte mais um insucesso, dessa vez uma derrota para o Ceará, no Nordeste e Drubscky não era mais o treinador. Jorginho chegou ao CT do Caju junto com seu auxiliar e o preparador físico Omar Feitosa. Por outro lado, Sandro Orlandelli era demitido.

Na estreia, empate sem gols contra o Bragantino e o treinador classificou o time como “fedido” na entrevista coletiva. A derrota para o América-MG, na rodada seguinte colocou o Furacão na zona de rebaixamento.

Quase no fundo do poço, o clube passou a buscar reforços no mercado. João Alfredo, o Vice de futebol passou a atuar mais no setor e Dagoberto foi fazer contatos com empresários. Aos poucos, vários reforços foram desembarcando no CT do Caju. Dentro de campo, o Atlético respirava um pouco após conseguir três vitórias.

O equatoriano Guerrón havia sido negociado com o futebol chinês e não era mais jogador rubro-negro. A compensação financeira da negociação ajudou a diretoria a investir em novos atletas. O patrocínio da Caixa nas camisas também representava um fato importante para a saúde financeira do clube. Outro fato relevante fora de campo foi a devolução do uruguaio Morro García para o Nacional, seu clube de origem, com o retorno da quantia investida em sua contratação.

Tropeços para Vitória, Guarani e São Caetano custaram o cargo de Jorginho. A diretoria foi buscar um novo profissional e Vinicius Eutrópio quase foi contratado, mas o interino Ricardo Drubscky conseguia uma sequência de vitórias.

O final do primeiro turno mostrou que se tivesse intenção de brigar pelo acesso, o Furacão teria que jogar muito melhor no returno e foi o que aconteceu. A equipe fez um segundo turno quase impecável e dessa vez, sem turbulências fora de campo, conseguiu na última rodada o acesso para a Série A do Campeonato Brasileiro. A diretoria agiu corretamente e a volta para Curitiba, com o Ecoestádio sendo ampliado com a instalação de tubulares foi um fato de extrema importância.

No assunto Copa do Mundo, o Atlético terminou o ano obtendo uma importante vitória, com os vereadores votando favoravelmente ao aumento do potencial construtivo. O anuncio da AEG como gestora da Arena também foi vista com bons olhos pela maioria dos torcedores.

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