"Temos condições de buscar algo mais além do acesso" [foto: Julia Abdul-Hak]
Há pouco mais de um ano, Deivid era o
entrevistado da Furacao.com, em agosto de 2011. No auge de sua carreira profissional, o volante era o destaque da equipe atleticana mesmo em um ano difícil que terminou com o rebaixamento à Série B.
No começo do ano, Deivid anotou seu primeiro gol como profissional, durante o Campeonato Paranaense. Um pouco depois, em junho, completou 100 jogos pelo Atlético. No mês seguinte, tal marca sofreu uma pausa devido a uma lesão no joelho esquerdo, que tirou o volante dos gramados por mais de um mês.
De volta ao time e, claro, à equipe titular, o xodó da torcida atleticana continua mostrando regularidade, sendo uma das peças fundamentais da equipe atleticana na atual temporada ao lado de João Paulo.
Confira abaixo a entrevista exclusiva com Deivid, concedida à Maurício Matsueda, colaborador especial da Furacao.com:
Maurício Matsueda: Deivid, agora que o Atlético voltou a jogar em Curitiba, qual será a importância da torcida?
Deivid: Jogar diante da nossa torcida é, sempre foi e sempre será importante. Quando jogamos em casa temos um 12º jogador que faz toda a diferença. A marca registrada do Atlético é a nossa torcida presente, que nos incentiva e apóia, o que é muito importante. Faz o adversário entrar não somente respeitando a nossa equipe, mas até temendo um pouco pela pressão que a nossa fanática torcida exerce.
Você sendo um jogador novo, como faz pra lidar com a pressão da torcida atleticana?
Eu adquiri a confiança para lidar com a pressão da torcida com o tempo. Claro que a pressão existe, mas como eu vim da base vivenciei a história do clube e quando cheguei no profissional já sabia que iria vestir uma camisa de muita história, tradição e de forte expressão. A confiança vem com o tempo, mas para ajudar a confiança tem que ter muita dedicação e amor, assim quando eu pego minha camisa com amor, dedicação e confiança eu sei que as coisas vão fluir normalmente. Com o passar do tempo fiquei mais tranquilo para poder trabalhar, sabendo que estava no caminho certo daquilo que o clube, o treinador e os torcedores esperavam de mim e do meu futebol.
Vocês pensam em título? Ou o objetivo é apenas o G4?
O pensamento no título sempre existe. Nós jogamos sempre para ganhar o título. Mas o nosso objetivo atual é se fixar no G4 para garantirmos o acesso e depois que conseguirmos a vaga (para a Série A) lutaremos pelo título, mas sempre pensando jogo a jogo. Jogar pelo Atlético é sempre querer mais e o nosso elenco sabe que temos condições de buscar algo mais além do acesso. Nós não podemos nos acomodar em um time do tamanho do Atlético, temos que buscar sempre mais pelo torcedor que sempre nos apoia e incentiva.
Você sendo prata da casa como sente o peso e a responsabilidade de voltar para a Série A?
A responsabilidade é a mesma tanto para mim quanto para os outros jogadores. Todos nós (do elenco) somos profissionais e precisamos de bons resultados para crescer. Mas por ser prata da casa, eu acompanho o time há mais tempo e aqui passou a ser a minha casa. Assim eu sempre vou querer o melhor para nós, e farei de tudo para que realmente isso seja concretizado. O meu desejo é subir com o Atlético e conquistar títulos importantes pelo clube.
Nessa temporada você marcou o seu primeiro gol como profissional. Qual é a sensação de você fazer a torcida vibrar?
Foi uma sensação maravilhosa, não há como descrever o que senti. Vivi uma sensação inédita. Jamais havia sentido algo como aquela sensação que é indescritível. Fiquei sem palavras na hora de comemorar, pensei na torcida rubro-negra, que através das redes sociais pediam para que eu fizesse o meu primeiro gol, mas pensei muito em meus familiares que sempre me acompanharam e me apoiaram desde que resolvi ter o futebol como profissão. Tenho na memória a imagem da torcida vibrando junto comigo naquele momento. Foi algo fantástico.
Você disputou 42 dos 56 jogos do Atlético, sendo que você teve que cumprir suspensão automática apenas duas vezes na temporada. Como você, um jogador de marcação, faz para não receber tantos cartões? Tem algum segredo na hora de marcar?
Estou muito feliz por estar aqui no Atlético e principalmente como as coisas vêm acontecendo. Em pouco tempo já fiz mais de 100 jogos pelo Atlético e esses jogos fazem com que eu ganhe experiência. E com essa experiência fui melhorando na marcação, no “bote”, é a experiência que adquiri é um dos principais aspectos que fazem com que eu não tome muitos cartões. O amadurecimento profissional, a dedicação, o foco, a disciplina, o trabalho pesado são outros fatores que considero relevantes para que eu não receba muitos cartões.
Normalmente os treinadores estudam os adversários vendo jogos/DVDs. E você, como faz para estudar os principais meias adversários?
Com o tempo você vai conhecendo a característica de cada jogador e vai pegando o modo como ele joga, pra que lado que ele dribla mais. Mas também existem aqueles jogadores que eu não conheço e estes jogadores eu estudo com vídeos com melhores momentos. Por exemplo, quando o professor passa um vídeo eu acabo focando mais no meu setor e analisando bem os atletas que tenho que marcar e suas deficiências e encontrar os meios mais fáceis para roubar a bola.
Para finalizar, deixe um recado para o torcedor rubro negro.
Quero agradecer pelo apoio que tenho recebido. Nessa reta final do campeonato, também quero pedir que toda torcida continue apoiando a nossa equipe para que possamos nos tornar mais fortes e assim juntos vamos conseguir conquistar nossos objetivos, buscando o acesso para darmos essa alegria a vocês. Saudações rubro-negras. Fiquem com Deus e um abraço do Deivid.
© Furacao.com. Todos os direitos reservados. Reprodução permitida desde que citada a fonte.