Confira casos de sucesso e fracasso na Série B desde 2006

A fórmula de disputa do Campeonato Brasileiro sofreu uma drástica mudança no ano de 2003: deixou de ser disputado em mata-mata, após fase de classificação, para ser disputado em pontos corridos, todos contra todos, dividido em dois turnos, onde a equipe com mais pontos conquistados se sagraria a campeã nacional. Porém, esta mudança só ocorreu na primeira divisão nacional, sendo mantida a forma de disputa anterior nas divisões de acesso. Apenas em 2006 a Série B adotou os pontos corridos.

Nestes seis anos de disputa equipes com grande apelo nacional vagaram pela segunda divisão, como Atlético Mineiro (2006), Corinthians (2008) e Vasco (2009), e conseguiram o acesso já no ano seguinte à queda. Outras equipes de menor expressão não tiveram tanta sorte, com algumas passando mais do que um ano na segunda divisão ou até caindo para divisões inferiores.

2006

Ao fim do Campeonato Brasileiro de 2005, que também marcou o final das competições nacionais com mais de 20 equipes, estavam rebaixadas quatro equipes: Coritiba (19°), Atlético Mineiro (20°), Paysandu (21°) e Brasiliense (22°).

Atlético-MG e Coritiba, que possuíam maiores recursos que Paysandu e Brasiliense, resolveram apostar em suas categorias de base para a disputa de 2006, enquanto os outros dois clubes mantiveram seus níveis de contratação.

O Galo se sagrou campeão da Série B 2006 com 71 pontos, uma vantagem de sete para o segundo colocado, o Sport. Náutico e América-RN completaram o quarteto que subiu de divisão. O Coritiba ficou apenas com o 6° lugar e o Brasiliense com o 8°. Já o Paysandu acabou sendo o 17° colocado sendo, assim, rebaixado para a Série C.

Os mineiros se mantêm até hoje na Série A, enquanto Sport, Náutico e América-RN foram rebaixados em outras edições.

2007

Trinta e oito rodadas após seu início o Brasileirão de 2006 revelou seu quarteto rebaixado: Ponte Preta (17°), Fortaleza (18°), São Caetano (19°) e Santa Cruz (20°).

Nenhuma das equipes conseguiu o acesso durante a temporada de 2007. A que chegou mais próxima foi o Fortaleza, que com 56 pontos ganhos terminou na 5° colocação, três pontos atrás do Vitória. São Caetano e Ponte preta ficaram com a 10° e 11° colocações, respectivamente, enquanto o Santa Cruz amargou o rebaixamento à Série C.

Os clubes promovidos para a primeira divisão em 2007 foram Coritiba, atingindo os 69 pontos e se sagrando campeão com apenas dois pontos de diferença para o segundo colocado, Ipatinga, Portuguesa e Vitória, sendo este último o que mais tempo ficou sem ser rebaixado novamente: três temporadas.

2008

Em 2007 boa parte do país parou para ver o rebaixamento do Corinthians à segunda divisão. Envolto em crises políticas, o clube não conseguiu se manter na Série A. Juntamente com os paulistas caíram Juventude (18°), Paraná (19°) e América-RN (20°).

Com muito mais recursos financeiros que as outras equipes, podendo, assim, contratar jogadores de melhor nível técnico, o Corinthians não só foi campeão em 2008, com 85 pontos contra 68 do segundo colocado, como também atingiu a maior pontuação de uma equipe na competição.
Os gaúchos acabaram a competição em 8°, os paranaenses em 11° e os potiguares ficaram com a 15° colocação na tabela.

Dos quatro que subiram, sendo Santo André, Avaí e Grêmio Barueri os restantes, apenas o Corinthians se mantém na divisão de elite. E, além disso, a equipe já conquistou uma Copa do Brasil (2009) e um Campeonato Brasileiro (2011) após seu retorno.

2009

Assim como na temporada anterior, 2008 foi o ano em que mais um dos grandes clubes do eixo Rio-São Paulo caiu para a segunda divisão nacional: foi a vez do Vasco da Gama, que acabou o campeonato na 18° colocação. Assim como o Corinthians em 2007, o Vasco viveu grande turbulência política no ano de seu rebaixamento, culminando na saída de Eurico Miranda do clube. Juntamente com os cariocas caíram Figueirense (17°), Portuguesa (19°) e Ipatinga (20°).

Repetindo o feito do Corinthians, o Vasco fez uso de seu maior poderio financeiro para qualificar seu elenco acima dos outros que disputariam a competição em 2009. Assim feito, a equipe se sagrou campeã com 76 pontos, sete à frente do Guarani.
A Portuguesa ficou próxima do acesso, terminando a competição na 5° colocação. O Figueirense ficou com a 6° colocação enquanto a equipe do Ipatinga ficou em 15° na classificação geral.

Junto com Vasco e Guarani, Ceará e Atlético Goianiense também foram promovidos. Porém, apenas cariocas e goianos se mantêm na primeira divisão. O Vasco conseguiu o título da Copa do Brasil na temporada de 2011.

2010

O ano de 2009 terminou sem muitas surpresas na área do rebaixamento, com as quatro equipes já sendo acostumadas à disputa de uma divisão nacional inferior. Os rebaixados foram Coritiba (17°), Santo André (18°), Náutico (19°) e Sport(20°).

Das quatro equipes apenas o Coritiba, que contou com o apoio de um grupo de empresários, conseguiu o acesso em 2010, conquistando, também, seu segundo título da Série B em apenas 3 anos, se sagrando o único bicampeão da competição desde sua reformulação.
O Sport ficou com a 6° colocação e o Náutico com a 13°. A equipe do Santo André não foi bem na disputa e acabou em 18° na tabela, sendo rebaixada para a terceira divisão nacional.

Juntamente com a equipe de Curitiba, Figueirense, Bahia e América-MG conseguiram o acesso. Destes, apenas o América foi rebaixado no ano seguinte.

2011

Com o fim do Brasileirão 2010 mais quatro equipes sentiram o gosto azedo do rebaixamento: Vitória (17°), Guarani (18°), Goiás (19°) e Grêmio Prudente (20°).

Nenhuma das quatro equipes conseguiu o acesso durante a disputa de 2011, mas o Vitória ficou bem próximo. Na 5° colocação e apenas um ponto atrás do Sport, os baianos lamentaram a derrota extra que possuíam se comparados com os pernambucanos.
O Grêmio, que voltou a se chamar Barueri, ficou com o 9° lugar. Goiás e Guarani se viram ameaçados pelo rebaixamento, mas terminaram a competição em 11° e 12°, respectivamente.

Os promovidos foram a campeã Portuguesa, com impressionantes 81 pontos contra 64 do segundo colocado, recebendo, inclusive, o apelido de “Barcelusa”, em alusão á equipe do FC Barcelona-ESP, o Náutico, a Ponte-Preta e o Sport.

Em 2012 o Atlético lutará para repetir as campanhas de Corinthians e Vasco, para não só conseguir o acesso mas, também, lutar por títulos maiores a nível nacional nos anos seguintes. Juntamente com o Furacão estarão Ceará, América-MG e Avaí lutando para voltarem à Série A no ano seguinte ao descenso.

Colaboração de Rodolfo Colnaghi