Carrasco: aproveitamento de 72,2% [foto: Julia Abdul-Hak]
Não demorou muito para que o técnico do Atlético, Juan Ramón Carrasco, se tornasse o personagem principal do futebol paranaense neste início de 2012. Até então pouquíssimo conhecido no Brasil, chegou há exatos dois meses a Curitiba sob desconfiança geral por ser adepto de um estilo de jogo ultraofensivo – espelhado no Barcelona de Pep Guardiola –, por ser inovador e, em algumas ocasiões, até polêmico.
E nesse curto período de tempo provou a fama proveniente do Uruguai: carismático, ousado e detrator dos principais clichês táticos, tão comum no futebol brasileiro.
Em 12 partidas à frente do Rubro-Negro, o treinador emplacou oito vitórias e amargou dois empates e duas derrotas. Para aumentar o aproveitamento de 72,2% alcançado até agora, ele coloca seus comandados em campo na noite de hoje diante do Operário, às 18h30, na Vila Capanema. Depois da derrota para o Londrina na primeira rodada do returno do Campeonato Estadual, entra com a obrigação de voltar a vencer.
Se Carrasco chama a atenção no mundo do futebol, com preleções fazendo analogias do tipo ‘o coro da bola vem da vaca; e o coro da chuteira vem do boi (?)’, ele prefere a discrição fora dele.
Com pouco tempo desde que desembarcou na capital paranaense, segue o estilo “família”, fazendo de tudo para aproveitar as poucas horas livre que tem para ficar ao lado da esposa e das três filhas.
Após uma rápida estada no CT do Caju, ele e a família agora estão instalados em um apartamento no bairro Água Verde. “Um lugar muito lindo e com vizinhos amáveis com a gente”, descreve.
O treinador, aliás, estende os elogios aos novos colegas de trabalho. “Desde o primeiro momento me receberam muito bem aqui no CT. Todos são muito queridos. Os brasileiros são queridos”, comenta.
Com tantos jogos, um atrás do outro, e viagens pelo estado, Carrasco lamenta ainda não ter conhecido a “noite” curitibana, mas promete que quando houver uma brecha na agenda vai desfrutar do que a cidade tem para oferecer em termos gastronômicos. Ele, inclusive, já conhece a fama dos restaurantes italianos e japoneses. Sem contar as “churrascarias de primeira”, segundo ele.
Entretanto, o que mais sente falta é de ir ao cinema com a esposa, como costumava fazer na época em que estava no Equador e no próprio Uruguai – além do tempo escasso, o idioma ainda é um obstáculo.
Entre os filmes preferidos está O Campeão, clássico de 1931, a história de um ex-pugilista afundado em bebida e jogos, mas que ganha o incentivo carinhoso do filho (a obra foi refilmada em 1979).
Carrasco gosta mesmo é de ação na telona, dizendo-se fã da saga do espião James Bond, o 007, além de arrasa-quarteirões como Missão Impossível e Rambo. “Mas nada de romântico”, brinca.
Sem cinema, sobra mesmo a televisão. Carrasco não esconde que é ele quem manda no controle remoto da casa. E sempre o aponta para os canais esportivos. “Adoro assistir futebol. Não importa se campeonatos europeus, a Liga dos Campeões [da Europa] e os estaduais. Estou sempre assistindo.”
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