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2001 ★ 10 Anos | sexta-feira, 23 de dezembro de 2011, 04h29

Relatos de fotógrafos que cobriram a final

Por: Monique Silva (Furacao.com)

Foto Destaque

Jogadores vibram com a torcida no Anacleto Campanella [foto: Antonio Costa]

Utilizada como suporte para o texto jornalístico, lazer, preservação da memória e, principalmente como registro da realidade, a fotografia tem participação fundamental em quase todos os momentos da vida do homem. Um dos mais importantes elementos iconográficos e estéticos na comunicação humana, hoje a fotografia é parte integrante da ciência, da indústria, das comunicações, das pesquisas de desenvolvimento, entre outras áreas. E também do esporte, prática que possui adeptos no mundo inteiro.

Especificamente no futebol, a fotografia sempre estará presente, colaborando e participando do progresso e das principais conquistas e momentos dos atletas. Tanto na derrota quanto na vitória, o fotógrafo esportivo continuará eternizando a imagem com o que de melhor acontece em nosso principal esporte.



E participar da cobertura fotográfica de uma final de Campeonato Brasileiro teve um sabor especial para dois repórteres fotográficos de Curitiba, que registraram os principais momentos da conquista atleticana em 2001, quando derrotou o São Caetano. Valterci Santos e Antônio Costa estiveram presentes no Anacleto Campanella e contaram detalhes de como foi o trabalho e produção das melhores imagens do principal momento vivido pelo Atlético Paranaense em sua história. Dificuldades para envio dos cliques, cobertura da imprensa e festa da torcida foram destacados pelos profissionais. “Me sinto honrado de fazer parte desta história tão bonita de um dos maiores clubes do Brasil”, destacou Santos.

Confira abaixo os depoimentos:

“Fiz o jogo contra o Fluminense, aqui na Arena, confiante no Atlético, que vinha em uma campanha sensacional. E ganhar deles não foi novidade nenhuma. Após o jogo, encontrei o Galvão Bueno e ele disse “Atlético e São Caetano na final é de lascar”. Fiquei ‘de cara’, pensando que esse bairrismo dos times cariocas é complicado. Fui para São Caetano no sábado, véspera da final, e lá já se encontrava o Antônio Costa havia uma semana. No domingo fomos a primeira equipe de reportagem a chegar no estádio, por volta das 8h, e fomos os últimos a sair. Pela manhã ficamos descontraindo e brincando para passar o tempo, mas por volta do meio dia tínhamos que ‘repartir o oxigênio’ de tanta gente na sala de imprensa do estádio. Fomos para o gramado e o jogo começou. Logo de cara, gol do Alex Mineiro! Ali eu já pensava comigo: ‘Ninguém tira este título do Atlético’. E foi isso que aconteceu.

O Atlético honrou a camisa e foi campeão. No momento do jogo eu até que estava calmo e tranquilo, apenas fazendo o meu trabalho. Mas quando já estava próximo do final, me preparei com uma lente curta, guardando a 400mm para que eu pudesse me locomover dentro do gramado e fotografar a festa.

Torci muito para o Atlético, já que naquela época tinha vários amigos que sustento até hoje como Cocito, Adauto, Alex Mineiro, Kleber, Kleberson, Flávio, Fabiano, Ilan, Bolinha, Riva, Igor, Rogério Correa, Adriano Gabiru, Dr. Edilson, Rogério Souza e o Gustavo. Depois de toda correria, taça, medalha, podemos ir para a sala de imprensa transmitir o material para a Gazeta do Povo.

O título do Atlético foi muito gratificante, tanto pra mim quanto para o nosso Estado. Me sinto honrado de fazer parte desta história tão bonita de um dos maiores clubes do Brasil. Torço para que o Atlético volte logo para a primeira divisão, pois precisamos ter um Estado forte no futebol da Série A. O Atlético não pode ficar de fora”.


Valterci Santos, repórter fotográfico



        






“Cobrir uma final de Campeonato Brasileiro não tem como descrever, é adrenalina o tempo todo. Naquele distante 2001, a internet ainda engatinhava e era preciso reservar linha telefônica no estádio. Aquela final foi especial para nós da Gazeta do Povo. Na segunda feira, após o primeiro jogo aqui na Arena, embarcamos eu e mais um repórter para São Caetano, onde ficamos até o dia do jogo final. No sábado, um repórter e mais dois fotógrafos chegaram para reforçar a equipe. No domingo, chegamos por volta das 10h da manhã para poder reservar lugar na sala de imprensa improvisada, que ficou pequena para receber tanta gente do país. No campo, eu e Valterci Santos, um de cada lado, cobrimos onde o Atlético atacava, pois só interessava para nós, paranaenses, o Rubro-Negro.

O time da casa tinha a mídia toda de São Paulo e do país e, caso precisassem de fotos do São Caetano, o jornal contaria com fotos de agências, filosofia que é colocada em prática até hoje, seja qual for o clube do Estado que estiver jogando fora em decisões. O Atlético ganhava a partida e o juiz não acabava o jogo. Nesta hora, desmontei o material e coloquei uma objetiva zoom grande angular para acompanhar o banco de reservas que estava prestes a invadir o gramado. Não tem como descrever a sensação de estar ali em uma final, parece que você faz parte da equipe, pois você está fora de sua cidade e seu Estado, com uma torcida contra. Para nós, só a festa do Atlético importava. Emoções maiores eu viveria no ano seguinte, na cobertura da Copa do Mundo, no Japão, onde o Brasil conquistou o Pentacampeonato.

Quatro anos mais tarde a emoção foi maior ainda, quando o Atlético foi jogar em Guadalajara contra o Chivas, valendo vaga na final da Libertadores da América em 2005. Mas esta história fica pra depois, porque foi inesquecível e talvez mais emocionante que a final do Brasileirão 2001”.


Antônio Costa, repórter fotográfico


Colaboração: Joka Madruga, da equipe Furacao.com

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