Renato Gaúcho contraria a lógica e se diverte nas entrevistas coletivas
Sobram exemplos de técnicos pouco afeitos ao convÃvio com profissionais de imprensa. Quase todos os dias é possÃvel encontrar nas notÃcias esportivas alguma resposta atravessada, discussão, ironia, deboche ou rusga declarada entre um treinador e jornalistas, em qualquer paÃs onde o futebol e a cobertura diária sejam fortes.
Renato Gaúcho contraria esta lógica. Concede com prazer duas entrevistas coletivas semanais, nas terças e nas sextas-feiras, além das obrigatórias conversas após os jogos.
O técnico do Grêmio não estabelece nenhum limite de tempo, não foge das perguntas e costuma permanecer na sala de conferências do Estádio OlÃmpico após o término da série de questionamentos.
Desligam-se os microfones, mas Renato Gaúcho permanece disposto à "resenha", como os profissionais do futebol chamam as conversas descontraÃdas. O rosto não consegue disfarçar a expressão de quem está ansioso pelas piadas. E ele sempre escolhe algum repórter para estabelecer a provocação do dia.
Para Renato Gaúcho, o contato com os repórteres não é uma obrigação profissional. Ele realmente gosta das entrevistas.
- Eu gosto desse momento. Tenho prazer nas entrevistas mesmo. O que eu mais gosto é de sacanear vocês (risos). Temos uma convivência saudável, conversamos duas ou três vezes por semana, respondo a todas as perguntas, brinco, conversamos em alto nÃvel - afirmou.
Segundo Renato, entretanto, o bom tratamento recÃproco entre Renato Gaúcho e os jornalistas não pode servir de motivo para arrefecer qualquer Ãmpeto crÃtico. Ele pediu aos jornalistas que saibam separar os momentos descontraÃdos daqueles em que uma opinião contrária à s decisões do treinador seja necessária.
- Isso não quer dizer que vocês precisem me aliviar. Não faço isso para escapar das crÃticas - explicou, para completar: - Estou sujeito aos elogios e à s crÃticas. Não é porque estou aqui um tempo maior conversando com vocês que vou querer que vocês me aliviem. Pelo contrário. Aà vocês não estariam sendo amigos. Eu quero receber as crÃticas construtivas.
Além das coletivas, Renato Gaúcho também procura os repórteres para as resenhas no pátio do Estádio OlÃmpico, antes dos treinos. Conversa por alguns minutos, sempre sobre amenidades, como sua resistência ao frio gaúcho, ou algum causo do passado. Nesta semana, invadiu a sala de imprensa de surpresa, para provocar e dar risadas.
Na tarde desta sexta-feira, a conversa de Renato com os repórteres durou mais de 40 minutos. E só foi interrompida porque o ônibus que levaria a delegação ao hotel destinado à concentração do grupo já o aguardava. Não fosse a urgência, Renato permaneceria contando histórias divertidas, provocando repórteres e defendendo-se de piadas e provocações também dirigidas a ele.
- O Seu Verardi disse que, a partir desse minuto, já está contando o tempo para a caixinha - afirmou o assessor de imprensa Vitor Rodriguez, alertando com bom humor a Renato que o supervisor Antônio Carlos Verardi aplicaria uma multa ao treinador em caso de atraso na saÃda do ônibus.
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