Soares "tropeça no meio-fio" e não muda de lado

"Isso para mim é uma grande oportunidade. Eu digo que é o pulo para o outro lado da calçada". Com essa frase de efeito, Sérgio Soares se apresentou aos torcedores atleticanos como novo técnico do clube, em outubro do ano passado. Com currículo modesto e passagens apenas por clubes de pouca expressão, o treinador chegou sob a desconfiança dos atleticanos, que esperavam um nome consagrado para substituir Paulo César Carpegiani e conduzir o Furacão à conquista da vaga para a Taça Libertadores da América.

Em sua primeira entrevista coletiva, Sérgio Soares reconheceu que não fazia parte do grupo de elite dos treinadores do país. Mas afirmou que trabalhar no Atlético seria sua grande oportunidade para fazer parte deste grupo. "Ninguém nasce grande. Você nasce pequeno e sem roupa. Você tem que ter oportunidade para adquirir algo. O Atlético está me dando a oportunidade. Acredito que não tenha segredo o futebol, é igual em qualquer canto do mundo desde que você trabalhe com muita seriedade", prosseguiu ele na ocasião.

Mas a tentativa de Soares de "pular para o outro lado da calçada" fracassou. No Brasileiro, o Atlético oscilou sob o seu comando e acabou terminando em quinto lugar. Mesmo assim, recebeu um voto de confiança e mais uma grande oportunidade: de iniciar um trabalho com tempo e oportunidade para indicar reforços. O resultado foi péssimo: três derrotas em seis jogos, poucos minutos de bom futebol e defeitos graves em vários aspectos.

Com esse retrospecto, o provável é que Sérgio Soares volte a trabalhar no círculo de clubes intermediários do futebol brasileiro. "Que ele tenha sorte em outro lugar. O Atlético era muito grande pra ele. E que venha um bom técnico, seja quem for", opinou o jornalista Cristian Toledo, da Rádio 98FM.

O repórter Jairo Silva Jr., da Transamérica, foi ainda mais incisivo: "Sérgio Soares durou até demais no comando técnico do CAP. Treinador de time pequeno, não pode dirigir o Furacão. Que venha um técnico para o ano todo".