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Memória | quinta-feira, 25 de novembro de 2010, 15h28

O “Guardião da memória atleticana” em Cascavel

Por Júlio César Carignano, especial para a Furacao.com

Foto Destaque

Heriberto Ivan Machado e os atleticanos de Cascavel [foto: Júlio César Carignano]

O esporte paranaense tem uma rica história que pode ser conhecida por novas gerações graças ao trabalho de professores, jornalistas e historiadores que dedicam parte de suas vidas às pesquisas. Todos têm em comum a paixão pelo tema e, especialmente por seus clubes de preferência. É o caso do professor Heriberto Ivan Machado – que paralelo ao trabalho no magistério – cataloga há 42 anos a história do Clube Atlético Paranaense, o time de futebol mais tradicional e de maior torcida da "Terra das Araucárias".

Natural de Santo Antônio do Sudoeste, o historiador faz parte de um grupo seleto em um Estado que, apesar de não ter tradição em publicações sobre futebol, tem obras importantes como "Futebol no Paraná – 100 anos de história", do próprio Heriberto com co-autoria com Levi Mulford Chrestenzen. Historiador oficial do Furacão desde 1982, Heriberto esteve recentemente em Cascavel, município que também tem sua referência bibliográfica no assunto, o livro "Futebol em Cascavel. Um fracasso bem-sucedido", do jornalista Carlos Bindé Araújo.

O motivo de sua visita ao Oeste foi a divulgação de sua mais nova obra, escrita em parceria com o jornalista e advogado Valério Hoerner Jr., intitulada "Paixão Eterna". O livro será lançado oficialmente no próximo dia 29, em Curitiba, mas Heriberto decidiu fazer um pré-lançamento em Cascavel, presenteando os atleticanos da região em primeira mão. A escolha pela cidade, segundo Heriberto, foi pela proximidade com integrantes da Embaixada Furacão em Cascavel, entre eles o atual presidente Ronei Basso. “Eu lá em Curitiba sei o quanto vocês amam esse clube. Muitas vezes o pessoal por lá, a diretoria, enfim, os atleticanos da capital, não têm noção deste sentimento de quem mora no interior”.

O livro

O livro Paixão Eterna vem a público 15 anos após a publicação de "Atlético – A Paixão de Um Povo", também da dupla Heriberto e Valério, e que, até agora, era considerada a "bíblia dos atleticanos". A nova obra passou a ser concebida como uma continuação do primeiro livro, a partir do fim do século passado. Paixão Eterna, de 360 páginas com 365 fotos e ilustrações, traz com riqueza de detalhes os acontecimentos do Rubro-Negro.

Além de registrar os maiores momentos vividos pelo Furacão como o título do Campeonato Brasileiro de 2001, o vice-campeonato da Copa Libertadores da América em 2005 e as construções do CT do Caju e da Arena da Baixada, Paixão Eterna fala da importância do clube no histórico da capital paranaense, citando inclusive a chegada da primeira bola ao Paraná, trazida do Rio de Janeiro junto com um livro de regras, por Victor Ferreira do Amaral e Silva.

Memória

O relato do primeiro contato dentro do Atlético Paranaense foi um dos pontos emocionantes do encontro que Heriberto teve com os atleticanos cascavelenses. “Pedi para meu amigo Rui Carlos Ribeiro, que era diretor do clube na época, que me levasse para conhecer o museu atleticano. Eu me deparei com uma pequena sala com nada mais que meia dúzia de troféus e algumas fotos não identificadas”.

Como Heriberto já tinha um vasto material sobre o clube, acabou sendo motivado pelo amigo a fazer esse resgate da história do Atlético, oportunidade em que pôde conhecer Zinder Lins, atleta do Furacão das décadas de 30 e 40 e autor dos versos que compõem o hino oficial do clube. “Queria conhecer o ‘velhinho’ do hino e tive essa oportunidade. Um dos grandes momentos dessa minha relação com o Atlético foram os 10 anos que convivi com o Zinder, que me adotou como um filho”, diz Heriberto.

O trabalho de paranaenses como Heriberto Machado é um legado para as novas gerações, muitas vezes distantes de sua própria cultura e raízes. “É difícil traduzir por meio de palavras, mas para alguns, em especial, estes documentos e pesquisas são como se fossem a história da própria vida. Fazemos sem esperar retribuição nenhuma, é apenas minha contribuição, pois as pessoas passam, mas as instituições ficam”, conclui o professor, considerado o maior “guardião da memória atleticana”.

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Matéria do site Furacao.com:
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