O Presidente Mário Celso Petraglia vai começar nesta segunda-feira a Via Crucis nos veÃculos de comunicação da Capital Paranaense. Petraglia vai dar nome as pessoas que estão - suspotamente - denegrindo a imagem do clube e tumultuando o ambiente.
Para o colunista da Tribuna do Paraná, Augusto Mafuz, o próprio Petraglia é o responsável pela crise no Furacão. Leia o texto publicado nesta segunda-feira.
Clube Atlético Petraglia
Palavras são palavras, aprendemos na vida. Mas nem sempre. Usadas para promessas, podem ricochetear no orador. Um dia desse ano, Mário Celso Petraglia falou em alto e bom som: "De agora em diante, o time do Atlético terá a minha cara".
O Atlético está terminando o campeonato com uma cara cheia de rugas e espinhas. É a conseqüência direta das ações pessoais de Mário Celso, que dissolveram uma estrutura vitoriosa de pessoas e idéias.
O time do Atlético que já havia perdido a vaga, perdeu a vergonha. Jogou com o propósito de perder para o Cruzeiro, fato revelado pelas expulsões intencionais de Douglas, Fabiano e Dagoberto.
Mário Celso prometeu falar à torcida do Atlético.
Como sempre, irá se individualizar como o único herói e a única vitima, e falará o que sempre fala: o que fez de certo, o que os outros fizeram de errado, isso e aquilo, com o lero-lero que compõe uma oração previsÃvel e que já cansando.
A torcida que não seja boba e ingênua. Mário Celso é o maior culpado desse estado, como foi o grande herói que comandou a ressurreição atleticana. Em janeiro, sozinho, fez o clube pagar 600 mil dólares por FabrÃcio e Wellington Paulo, em prejuÃzo a permanência de Souza; em janeiro, retardou por noventa dias a sua eleição para tratar de assuntos empresariais; depois, usou a renúncia como forma estratégica de constranger os ex-dirigentes a saÃrem, de testar a sua popularidade e promover um movimento popular e populista de retorno; eleito, exercendo poderes absolutos, passou a fazer uma devassa em profissionais e idéias; fez com que seus projetos centrassem nas idéias de Antônio Carlos Gomes, que sobre ele exerce um fascÃnio inexplicável. Ou explicável por ignorar os princÃpios regentes do futebol.
O pior estava por vir. Ora ignorando, ora desprezando os princÃpios elementares de futebol (e aà se inclui o de relacionamento humano), impôs as suas vontades pessoais, que passaram a ser regras. As soluções que vinham de discussão, passaram a vir só de Mário e impostas por ele.
Sob o pretexto de pagar pouco para um treinador, ao querer substituir Geninho, especulou com Riva, perdeu tempo com Espinosa, até extrapolar o limite dos equÃvocos que foi trazer Gilson Nunes e Clemente. A vinda de Gilson Nunes mostrou o despreparo de Mário Celso para tratar de futebol. Abel Braga foi apenas o corolário de toda essa baderna.
O fato de manter o mesmo time campeão, como Mário Celso argumenta, é o que compromete objetivamente o seu comando. Implica adotar-se uma analogia lógica para concluir, que o mesmo time, então, só foi campeão porque a administração de Marcos Coelho foi excepcional (e foi), pois além de ser exercida pela presidência, respeitou a liberdade das decisões dos outros dirigentes, inclusive Mário Celso.
Não converso com Mário Celso há dois meses, desde que recebi um telefonema mal educado e ameaçador. Mas, respeitando-o ainda, arrisco-me mandar-lhe algumas sugestões: assuma sozinho a responsabilidade, porque o direito de errar é inerente a qualquer um. Muito mais a quem fez o que Mário Celso fez. Ao invés de se proteger das criticas, transferindo ou dividindo responsabilidades, aproveite os espaços da mÃdia para anunciar a volta do dialogo, a reformulação do futebol por quem entende de futebol, e quais são os projetos imediatos do clube. O que passou, passou. Pior do que perder, é saber que vai continuar perdendo em razão de erros passados, sejam quais forem os seus autores.
A
Furacao.com aguarda o pronunciamento oficial do Presidente Petraglia.
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