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Memória | sexta-feira, 21 de maio de 2010, 17h30

Caju: a Majestade do Arco do Atlético e da seleção

Por: Patricia Bahr (Furacao.com)

Foto Destaque

Caju foi homenageado dando nome ao CT do Atlético [foto: arquivo]

Ao contrário do que muita gente possa imaginar, a relação Caju, Atlético, Seleção Brasileira não é uma coisa recente, vivenciada apenas agora, com a vinda da Seleção Brasileira para os preparativos iniciais do elenco que disputará a Copa do Mundo da África do Sul. Alfredo Gottardi, reverenciado como “a Majestade do Arco” e eternizado como Caju, durante sua carreira aproximou Atlético e Seleção Brasileira num contexto muito particular e histórico para o clube e para o futebol paranaense.

Por sua trajetória no futebol, Caju foi eleito o melhor jogador da história do futebol do Paraná e o maior ídolo da história do Atlético. Por 17 anos defendeu a meta atleticana e se notabilizou por jamais ter vestido a camisa de outro clube a não ser a rubro-negra do Furacão – apesar das diversas propostas de clubes como Vasco, Botafogo, Flamengo e Peñarol, do Uruguai. A única exceção foi quando defendeu a Seleção Brasileira, no Sul-Americano de 1942, quando foi eleito o melhor goleiro da América do Sul.

Caju ficou conhecido como “Majestade do Arco” [foto: arquivo]



Com a camisa atleticana, Caju conquistou seis títulos de Campeão Paranaense. quem o viu jogar, sempre fui unânime em afirmar: Caju era mesmo sensacional, fora de série, espetacular. Os companheiros tinham total confiança no goleiro. Sabiam que se ele não defendesse uma bola, goleiro nenhum poderia tê-lo feito. Não era espalhafatoso e tinha uma colocação impressionante. Era tão bom em antever as jogadas que fazia parecer que a bola o procurava, tamanha sua certeza da direção do chute. Além disso, tinha uma ótima saída do gol, interceptando vários cruzamentos. Jogava de modo simples, passando segurança e tranquilidadade aos defensores.

Em 1999, Caju recebeu uma grande homenagem do Atlético, com a inauguração do Centro de Treinamentos do clube levando o seu nome: Centro de treinamentos Alfredo Gottardi, ou CT do Caju. Uma justa, bela e eterna homenagem a quem defendeu com amor a camisa do clube. Caju faleceu aos 85 anos, no dia 24 de abril de 2001.

Caju defendeu a seleção brasileira no Sul-Americano de 1942 [foto: arquivo]



Caju na seleção

Aos 27 anos, Caju foi o primeiro jogador do Atlético a ser convocado para a Seleção Brasileira. Ele foi chamado para disputar o Sul-Americano de 1942, em Montevidéu, jogando ao lado de Domingos da Guia, Zizinho, Tim e outros grandes jogadores da época. O goleiro atleticano foi titular do Brasil nos cinco jogos e teve atuações destacadas. Nessa competição, o Brasil ficou em terceiro lugar, perdendo para argentinos e paraguaios. Porém, Caju guardou agradáveis recordações daquele torneio. Uma das muitas lembranças dele foi o cumprimento que recebeu do goleiro argentino Vaca, que atravessou todo o campo para felicitá-lo após uma defesa excepcional. O Sul-Americano serviu ainda para que ele ganhasse um título e tanto: foi eleito o melhor goleiro da América do Sul. Voltou a seleção em 1945, mas acabou desligado por motivos até hoje não explicados.

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