Nasci com sangue rubro-negro correndo nas veias. Freqüentei
os degraus desgastados de tijolo na antiga Baixada. E ouvi
com atenção as histórias das conquistas memoráveis contadas
por meu pai. Por isso, eu sei o que é paixão.
Sei o que é ficar arrepiado com a simples lembrança de um
lance espetacular ou de uma vitória marcante. E tenho certeza
de que você que está lendo esse texto agora sabe do que eu
estou falando, assim como se algum coxa se atrever a fazer
essa mesma leitura vai achar que eu estou falando grego.
Eu vi o Sicupira jogar. Eu estava na Baixada quando o
Atlético perdia para o Colorado por 4 a 0 e o Ziquita fez os
4 gols do empate nos 15 minutos finais do jogo. E quando o
Fabiano dá aquelas arrancadas pela esquerda eu vejo que a
velha raça rubro-negra permanece viva, apesar de tudo.
Atlético é emoção à flor da pele, independentemente da
posição na tabela de classificação, por isso ele é muito
maior do que qualquer outro clube do Paraná. O patrimônio de
sensibilidade acumulado ao longo de todos estes anos é
incomensurável e ele esta presente em cada canto do nosso
templo: a Baixada. Tenho um exemplo disso dentro de casa.
Minha filha, de 16 anos, é apaixonada pelo Atlético e se
pudesse estaria no estádio em todos os jogos. Já meu filho,
de 13, nunca gostou de futebol. Vez por outra, eu ainda
convidava para irmos juntos à Baixada. Ele resolveu aceitar o
convite no último jogo contra o São Paulo. Vibramos, sofremos
e, acima de tudo, compartilhamos nossa emoção com a multidão
que lotou as arquibancadas. No caminho pra casa, em meio aos
comentários sobre o jogo, meu filho disse: "pai, da próxima
vez, pode me convidar que eu vou com você ao jogo". Nem
preciso tentar descrever a alegria que senti.
A dinastia da emoção atleticana não vai ser interrompida
jamais. Unidos, nós somos invencÃveis.
Rogério Gusso
publicitário
rgusso@uol.com.br
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