Posso me definir como um curitibano em São Paulo. Mas, na infância, era o
contrário. Morava em Sampa e visitava os parentes nas férias escolares. FamÃlia
ligada ao Atlético que, na década de 70, sofria ante a hegemonia coxa-branca.
Foi numa dessas noites frias de julho, em 77, que me convidaram para um
Atletiba. Foi o primeiro da minha vida, e também o que não descola jamais da
minha retina.
Sentei num lugar pouco aprazÃvel – as sociais verdes – mas privilegiado. Dali,
em meio à turba, podia ver toda a curva rubro-negra. Que emoção! Que vibração!
Na entrada do time, apoteótica, a massa ensandecida calou os outros dois terços
do estádio.
Jogo tenso. Decisão de turno. Zero a zero. O jogo vai para a prorrogação.
Minutos finais. Falta para o Atlético na entrada da grande área. Não sei quem
cobrou. No rebote da defesa, Rotta chutou para as redes alviverdes. DelÃrio.
Levantei-me para gritar gol. Fui contido por meu tio, com medo da reação coxa.
Medo despropositado. Quase todos se levantaram ao mesmo tempo para ir embora...
Cyro Viegas de Oliveira
Atleticano e Jornalista
São Paulo - Capital
cyro@w3ol.com.br
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