Fabiano e os filhos no Estádio da Ressacada.
Um dia perfeito de sol e praia em Florianópolis. Um feriadão e tanto nas areias da capital catarinense. O homem lá em cima caprichou. Temperatura na faixa dos 30 graus e céu azul. Só esqueceu-se de olhar por nós atleticanos. Se bem que, nos gramados da Ressacada, o desastre rubro negro não seria evitado nem que Deus entrasse no ataque, porque a nossa defesa estava um inferno.
E que inferno! Os gols dos bananas de pijamas não são obra divina. Não para mim, devoto do Furacão. Como foi difÃcil ver aquela bicicleta pedalando na minha cara. Diante dos meus dois filhos, João e Vicente, 10 e 5 anos, fiquei com cara de idiota. Aliás, eu e a turma toda de atleticanos que foi ao estádio.
Sim. Aquilo era uma turma. Não era uma torcida de verdade. Digam o que disserem. Eu e meia dúzia torcÃamos. Talvez uma, duas dúzias. O resto apenas assistia. Desculpem a crÃtica meus nobres torcedores. Sei que muitos viajaram os 300 km que separam Curitiba de Florianópolis socados em vans, carros e debaixo de muito calor para ver o jogo, mas, foi a pior participação que presenciei na nação vermelho e preta. Aliás, pegando menos pesado, ficou à altura do time em campo.
Antes da partida encontrei vários parceiros curitibanos. Um pessoal da Fanáticos. Alguns gatos pingados. Pensei comigo: cadê a maior do sul do Brasil? Onde estão aqueles que no ano passado apavoraram no Orlando Scarpelli? Pra onde foram aqueles torcedores que obrigaram, em 2008, a PolÃcia Militar a aumentar o espaço para visitantes?
Cadê? Sumiu!
Desânimo por perder e empatar nas rodadas anteriores? Ingresso caro? (50 reais naquela várzea da Ressacada) Feriado? Só perguntas, meus amigos. Só perguntas. Resposta, nenhuma.
Não há justificativa, por exemplo, para tantos passes errados. Mais uma pergunta. Só mais uma ou duas. E o Patrick? E a defesa? Pelo amor de Deus. Olha Deus de novo nessa história. Só rezando mesmo, só rezando.
Hoje é domingo, torcedor. Se for à missa e resolver se confessar, preste atenção: Quando, no confessionário, o padre descer o relho com uma série de penitências, diga ao de batina que você já pagou por todos os pecados e ainda tem crédito para muitos anos. Fale da sensação de acompanhar o Brasileirão de joelhos no pedregulho. Se o sacerdote insistir, é porque deve ser adversário na luta contra o rebaixamento. Nesse caso, sem violência, faça o sinal da cruz e saia calado, como fez no jogo de ontem. E, claro, espere o ano que vem, como fez no ano passado.
Fabiano Marques é jornalista. Entre em contato com o autor através do e-mail fabianomarx@gmail.com
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