De um programa esportivo com nome "Cartão
Verde", já não se deveria esperar muita coisa. Ainda mais pelo retrospecto intensamente bairrista e preconteituoso em relação às equipes alheias ao Eixo Rio-São Paulo. Mas o torcedor age, sabidamente, por emoção, não por razão. E em um dia em que seu time vai à Vila Belmiro e joga - com 10 jogadores - de igual para igual com o Santos - com 11 -, não dá pra controlar a vontade de assistir a todos programas esportivos. E Como o famigerado
Cartão Verde é o primeiro a começar, acaba angariando nossa imerecida audiência.
O que vi e ouvi ontem foi um desafio à paciência. Em sÃntese, o empate foi creditado à arbitragem, que teria prejudicado intensamente o time paulista. Um dos integrantes - o mais despreparado, por sinal - chegou a afirmar - pasmem! -, com todas as letras, que o árbitro da partida estava mal intencionado, com o claro intuito de beneficiar o Atlético! Com a devida vênia, e apesar do inegável crescimento do Furacão nos últimos anos, acreditar que um time paranaense possa bater o Santos em matéria de "pressão" na arbitragem é,
no mÃnimo, uma enorme burrice. Basta conhecer o mÃnimo de polÃtica esportiva para saber o quão absurda é esta afirmação.
Há pouco que falar da arbitragem. Quem assistiu ao jogo sabe que, no primeiro tempo, o Atlético foi seriamente prejudicado com a marcação de faltas inexistentes e penalizações com cartões amarelos absurdas. Havia dois critérios: o mesmo lance que, para um jogador do Santos, não ensejava nem a marcação de falta, segundos depois, para um atleticano, rendia um cartão amarelo. Com isto, o Furacão teve de atuar com um jogador a menos por quase toda a partida. No segundo tempo, houve, de fato, a marcação de um pênalti duvidoso a favor do time paranaense, mas em um tipo de lance em que cotidianamente os árbitros brasileiros têm assinalado a penalidade máxima.
É simplesmente lamentável que alguns setores da imprensa paulista continuem fazendo o possÃvel para evitar créditos ao Atlético, questionando, sempre que possÃvel, os motivos do êxito rubro-negro. Resta saber quantos tÃtulos teremos de conquistar para que estas pessoas conveçam-se a parar de remar contra a maré.
Ricardo Campelo
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