Ares era considerado o deus da guerra na mitologia greco-romana. Dotado de cega coragem, de um furioso vigor, precipitava-se ao combate fazendo grande barulho e soltando gritos terríveis. Amando a luta por si mesma, pela alegria feroz de destruir, seu entusiasmo não conhecia amigos nem inimigos, e seu furor não obedecia senão à brutalidade do seu instinto destruidor. Ávido de carnificina, mortífero e sanguinário, semeava a morte por todos os lugares onde passava. Marte, como também era conhecido, é sempre acompanhado da Vitória. Entretanto, sua precipitação geralmente lhe tirava o triunfo verdadeiro.
Muito tem se falado do atual time do Atlético. Suas qualidades e virtudes enaltecidas, muita gente colocando-o na posição de absoluto favorito ao título Brasileiro de 2002. Não penso diferente. Realmente me enche de alegria ver o time jogando como uma magnífica orquestra regida pela torcida que junta adquire um caráter de unicidade, fazendo com que um som claro, límpido e avassalador ressoe da região da Água Verde.
Tenho medo somente de que como Ares, o deus, a precipitação seja um obstáculo na trajetória vitoriosa do nosso Atlético. Há que se manter os pés no chão, como no ano passado, quando Geninho falava de pular degrau por degrau, passando primeiramente à segunda fase, para depois ir sucessivamente às outras. Os jogadores e a torcida precisam ter essa consciência de que também o maior dos guerreiros, o próprio deus da guerra, do qual a face toda a atmosfera de um jogo na Arena se assemelha, precisa de um pouco de prudência para chegar à tão desejada Vitória.
Guilherme Joel Zawadzki
Colaborador da
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