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Brasileiro | domingo, 06 de julho de 2008, 20h19

Artilheiro com a marca de guerreiro

Por: Patricia Bahr (Furacao.com)

Foto Destaque

Alan Bahia está há 11 anos no Atlético [foto: JORNAL DO ESTADO/Franklin de Freitas]

“Alan Bahia! Alan Bahia!” A comemoração em coro da torcida atleticana após cada gol do volante Alan Bahia já está virando uma tradição na Arena da Baixada. E não é por menos, afinal, o volante Alan Bahia é o artilheiro do Atlético no Campeonato Brasileiro, com quatro gols. No sábado, o jogador marcou o gol que deu a vitória atleticana sobre o Santos por 1 a 0 e saiu de campo ovacionado pelos quase 20 mil torcedores presentes na Arena da Baixada. “A equipe lutou, se dedicou e fomos coroados com a vitória. Todos os jogadores sabiam que a gente tinha que vencer e todos se esforçaram muito”, disse Alan após a vitória sobre o clube santista.

A sina de artilheiro não é novidade para o baiano Alan Pereira Costa. Ele é atualmente o jogador que há mais tempo veste a camisa atleticana, exibindo em seu currículo a expressiva marca de 279 jogos pelo time profissional do Atlético. Ao todo, são 11 anos dedicados ao Atlético e seis anos no time profissional do clube, com 32 gols marcados. Do primeiro gol marcado no clube, na vitória por 6 a 2 sobre o Criciúma, no Brasileirão 2004, até o gol do último sábado, muita história pode ser contada por esse baiano de 25 anos, nascido em Itabuna, cidade vizinha a Ilhéus, e que desde os 14 anos de idade tem uma vida dedicada ao Furacão, com capítulos de drama e tragédias pessoais, mas também de muita vontade, raça e determinação – qualidades que definitivamente conquistaram o torcedor atleticano.

Futebol nasceu dentro do clube

Visual irreverente é uma das marcas registradas do jogador [foto: Giuliano Gomes]

A história de Alan Bahia no Atlético traça um caminho inverso ao da maioria dos atletas revelados nas categorias de base do Rubro-negro. Primeiro, é necessário ressaltar: Alan é cria do Furacão. O jogador começou a sua carreia no Atlético muito jovem, ainda na categoria Infantil. Promovido ao Juvenil, acabou sem espaço no Furacão e foi emprestado ao PSTC, de Londrina (clube que tradicionalmente revela talentos para as categorias de formação do Atlético), para ganhar mais experiência. Depois de um período no clube parceiro, Alan retornou ao Atlético e brilhou nos Juniores.

O volante foi promovido à categoria profissional na metade de 2002, pelo técnico Valdir Espinosa. Fez sua estréia em um amistoso contra o Joinville, em Santa Catarina. Começou o Brasileiro daquele ano como titular da equipe, mas acabou perdendo a posição em razão da concorrência de jogadores mais famosos, como Cocito, Douglas Silva, Preto, Reginaldo Vital e Kleberson. No jogo contra o Goiás, no Brasileiro de 2002, pela primeira vez mostrou a sua grande capacidade, tendo uma atuação elogiada pela imprensa pois conseguiu marcar com eficiência os adversários. A importância desse jogo na carreira de Alan Bahia é tamanha que o atleta considera esse o seu jogo inesquecível.

Em 2003, começou a ter mais espaço no time, sob o comando do técnico Mário Sérgio Pontes de Paiva, que não escondia a sua admiração pelo atleta. “O Alan Bahia, se tivesse mais 10 cm, estaria jogando na Europa hoje. Ele é um profissional na acepção da palavra e eu tenho orgulho de ser técnico dele”, disse o treinador em entrevista no final de 2003. Nesse mesmo ano, estreou um visual irreverente. Na final da Copa Sesquicentenário, em dezembro de 2003, ele lançou um novo visual, que acabou se tornando uma espécie de marca-registrada de Alan Bahia nos últimos tempos: o corte do cabelo imita os gomos de uma bola de futebol, o que rendeu ao jogador o apelido de “cabeça de bola” dado pelos companheiros de time.

Na temporada seguinte, Alan teve um susto e depois caiu nas graças do torcedor. Em maio de 2004, o jogador se submeteu a um cateterismo, após sentir um batimento estranho no coração em um treinamento. Meses depois, demonstrou que estava totalmente recuperado, sendo um dos destaques do super-time do Atlético, vice-campeão Brasileiro em 2004. Apesar de naquela época não ter feito o sucesso de Fernandinho, Jadson e Washington, Alan Bahia se destacava por ser o que na gíria do futebol chama-se de “carregador de piano”, exercendo com precisão o trabalho de marcação na meia-cancha no time.

Depois do sucesso em 2004, Alan Bahia viveu altos e baixos dentro do clube, alternando seqüências de bons e maus momentos, assim como o próprio time do Atlético. Mas em toda essa trajetória, Alan teve como incentivo e força o apoio do torcedor, em especial da Torcida Organizada Os Fanáticos, principal facção organizada do Furacão e com quem Alan Bahia tem uma natural identificação, já atuando em várias oportunidades com a camisa da organizada embaixo da camisa do clube.

Ano passado, Alan viveu um novo drama pessoal ao se envolver num grave acidente de carro que teve uma vítima fatal. Mas com muita força de vontade, espírito de vencedor e contando com o apoio da torcida e dos companheiros de Atlético, conseguiu superar mais esse obstáculo para vencer na vida.

Alan Bahia está no time profissional do Atlético desde 2002. Nesse período conquistou a Copa Sesquicentenário em 2003 e o Paranaense de 2005. Também participou das campanhas vice-campeãs do Brasileiro 2004 e da Libertadores 2005.


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