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Memória | quarta-feira, 23 de abril de 2008, 20h04

Atletibas memoráveis: o título da consagração de 1990

Por: Juarez Villela Filho (Furacao.com)

Foto Destaque

Os campeões de 90, em pleno Couto Pereira

No quarto capítulo da série "Atletibas memoráveis", é a vez de relembrar a disputada decisão do Campeonato Paranaense de 1990. Com um time reconhecidamente inferior tecnicamente, o Atlético superou o Coritiba na raça e na garra e conquistou o título após duas partidas eletrizantes no Couto Pereira lotado.

O título conquistado em 1990 foi um marco para uma geração de atleticanos. Embalados pelo hit “Another Brick in the Wall”, com sua versão pra lá de pornográfica cantada a todo instante nas arquibancadas, o Rubro-Negro conquistou seu 16º título estadual e deixou sua marca como o grande vencedor de títulos da década de 80, após já ter levado também os campeonatos de 82, 83, 85 e 88.

Curiosamente, o Atlético conquistou aquele campeonato sem ter vencido sequer um Atletiba e ainda tendo visto, num dos jogos de maior público da história paranaense no feriado de 1º de maio daquele ano, o alviverde sapecar um sonoro 3 a 0 jogando em seus domínios. Os comandados de Borba Filho fizeram uma primeira fase complicada, quase não classificando-se para o hexagonal que dava vaga às semi-finais. Para o seu lugar o presidente José Carlos Farinhaque apostou no experiente Zé Duarte, que com muita conversa e espírito apaziguador uniu o grupo e conseguiu o título.

Aos poucos jogadores como o craque Carlinhos, o carismático Marolla, os voluntariosos Valdir (que depois teve passagens pela Seleção Brasileira) e Odemílson foram se ajeitando e o time fez uma excelente campanha na segunda fase. O Rubro-Negro venceu cinco partidas e empatou somente uma, justamente o Atletiba em que surgia o carrasco coxa-branca daquele ano: o centroavante Dirceu.

Seu jeito simples, porte físico avantajado e um posicionamento preciso dentro da área fizeram dele a grande figura nos momentos decisivos, em especial nas finais contra o Coritiba. Nas semi-finais contra a boa equipe do Operário e sua fanática torcida de Ponta Grossa, a liderança do já experiente meia Gilberto Costa se mostrou preponderante e o time chegou com muita confiança para as duas partidas finais, onde teria vantagem de jogar por dois empates por ter tido melhor campanha na fase anterior, sem contudo ter ultrapassado o coxa como time que mais havia pontuado na classificação geral. Coisas do regulamento...

Na 1ª partida realizada no frio curitibano da noite de 1º de agosto, amplo domínio alviverde, que possuía jogadores de habilidade como Serginho e Tostão além do então garoto Pachequinho, que costumava infernizar as defesas adversárias. Pelo lado atleticano, além da fé e garra características que sempre marcam as decisões em que o Furacão joga, a estrela de Marolla, a disposição de Valdir e Cacau, o toque refinado de Carlinhos e oportunismo de Dirceu. E coube a ele, no momento derradeiro da partida empatá-la após cobrança de falta de Gilberto Costa, como num mini-escanteio e prolongar a esperança de título atleticano para o jogo seguinte, dali a quatro dias no mesmo palco, o estádio Antonio Couto Pereira.

No belo domingo de sol com o Alto da Glória lotado, o Furacão abriu o marcador logo aos 5 minutos da primeira etapa, incendiando ainda mais a já quente torcida atleticana. Porém o Coritiba se refez do susto e virou o marcador ainda no 1º tempo com Pachequinho e de cabeça com o zagueiro Berg no finalzinho da etapa. Para o segundo tempo,. Zé Duarte colocou em campo o atacante Serginho no lugar do meia Rizza e partiu para o tudo ou nada.

O Atlético seguiu bem na partida, mas o Coritiba levava muito perigo nos contra ataques. Até que na segunda metade do tempo final o rubro-negro chegou ao empate de uma maneira completamente inesperada. O lateral Odemilson, improvisado na esquerda, cobrou lateral na área adversária. O zagueiro Jorjão e o goleiro Gerson se atrapalharam e a bola sobrou entre a marca do pênalti e a meia lua da grande área para o zagueiro Berg que sozinho cabeceou para trás, recuando para o goleiro Gerson que....não estava no gol! Caprichosamente a bola encobriu o goleiro e entrou nas redes do gol de entrada do Couto Pereira com a nação atleticana fazendo aquilo que faz como ninguém no mundo consegue fazer melhor: comemorar a plenos pulmões mais uma conquista.

A partida seguiu com os atônitos, torcedores e jogadores coxas vendo o Atlético ainda perder mais gols e soltar o grito de "é campeão" após o apito final. Era mais uma conquista atleticana em Atletibas e na casa do adversário. Ainda naquele ano, pelo Brasileiro da segunda divisão, o baixinho André decretou a vitória atleticana mais uma vez no Couto Pereira, o estádio conhecido como o grande Salão de Festas atleticano.



Fonte: Hot site dos 80 anos (Furacao.com)

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