Roberto brilhou com a camisa rubro-negra [foto: arquivo]
Roberto, o "Mão de Anjo", como era conhecido pela torcida atleticana, completa hoje 53 anos de vida. Além do Furacão, defendeu Santos, Vasco, Coritiba, Internacional e Seleção Brasileira. Pelo Atlético, foi bicampeão paranaense, em 1982 e 83.
8,41. Esta foi a média necessária para transformar Roberto Costa Cabral num dos maiores goleiros da história do futebol brasileiro. Foi durante o Campeonato Brasileiro de 1983, quando suas defesas foram fundamentais para a boa campanha do Atlético (o clube terminou na terceira colocação), garantindo, de quebra, os títulos de \"melhor goleiro do país\" e o de \"melhor jogador da competição\". Um fato inédito na história atleticana e só repetido 18 anos depois pelo atacante Alex Mineiro, que também recebeu o prêmio \"Bola de Ouro\" da revista Placar, na campanha vitoriosa de 2001.
Mas a história do goleiro no Atlético não começou com essa conquista. Ele desembarcou na Baixada em 1978, com a promessa de ser um dos principais jogadores da posição. Para compensar a baixa estatura (1,85m), sua principal característica era sempre estar muito bem colocado nos lances, o que garantia a confiança do elenco e, principalmente, do torcedor atleticano.
Roberto Costa começou a carreira na cidade de Varginha, jogando pelo Flamengo, de Minas Gerais. Antes de chegar ao Atlético, jogou no Santos. Com 24 anos, vestiu a camisa atleticana. E, de cara, identificou-se com torcida. Em sua primeira temporada no clube, teve que amargar a reserva do titular Tobias. Mas, a partir de 1979, garantiu a posição de titular da camisa número 1 do clube.
Os primeiros tempos foram difíceis. Em 79, o clube protagonizou uma campanha irregular que culminou, no ano seguinte, com o susto do temido \"Torneio da Morte\" no Campeonato Paranaense. Em 82, porém, as coisas começaram a melhorar. Roberto foi peça importante na conquista do título de campeão paranaense.
Em 1983, a consagração com a camisa atleticana: depois de cinco anos de Atlético, Roberto, que foi um dos maiores responsáveis pela espetacular campanha no Campeonato Brasileiro, garantiu também vaga na seleção do campeonato e o título de “melhor jogador da competição”. Teve participação decisiva em todo Brasileiro, mas suas exibições de gala foram reservadas para os jogos das quartas-de-final e semifinais, contra São Paulo e Flamengo. Seu desempenho firme e seguro deslumbrou paulistas e cariocas. Era hora de partir...
Seu destino foi o Vasco da Gama, mas nem as boas apresentações com a camisa atleticana lhe valeram o posto de titular. Além de viver na sombra do ídolo da torcida vascaína, o goleiro Acácio, Roberto também teve que adotar o sobrenome “Costa”, para se diferenciar do artilheiro da equipe carioca, Roberto Dinamite. Aos poucos, foi conquistando seu espaço, repetindo a dose no Brasileiro de 1984, quando novamente foi eleito o “melhor goleiro do Brasil” e o “melhor atleta da competição” do time vice-campeão nacional. Com esse currículo, não demorou para chegar à Seleção Brasileira. Mas não conseguiu se firmar no time.
Depois que deixou São Januário, Roberto Costa teve rápidas passagens por Coritiba, Internacional, Taguatinga e Caldense. Em 1987 voltou para o Furacão, para encerrar a carreira profissional. Ainda teve pique para disputar a suburbana, defendendo o Vila Fany.
Ao aposentar as luvas, Roberto Costa decidiu virar \"professor\", tornando-se preparador de goleiros. Teve passagens pelo Coritiba e pelo Londrina. Atualmente mora em Foz do Iguaçu.
Pela passagem brilhante que teve no Atlético, Roberto é considerado um dos maiores jogadores da história do clube. Pela frieza, boa colocação e reflexos apurados, protagonizou defesas históricas, garantindo o apelido de “Mão de Anjo”. Como ele mesmo gostava de dizer, “mãos de anjo, mas com o coração atleticano”.
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