Pai anti-herói
Em paralelo à relação com o filho, Tezza reconstitui sua formação literária. O personagem do escritor fracassado, meio marginal, já tinha suas ilusões desmontadas em livros anteriores como Trapo e O Fantasma da Infância (ambos relançados agora pela Record). Em O Filho Eterno, o menino que não entende abstrações temporais simples como "semana que vem" dá uma espécie de choque de realidade no pai meio hippie, que trazia dos anos 70 a pretensão de ser um artista "contra o sistema". As páginas finais flagram pai e filho assistindo a um jogo do Atlético Paranaense na televisão. Um fugaz momento de felicidade doméstica que nenhuma utopia pode superar.
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