O advogado Marcos Malucelli prestou esclarecimentos acerca da aquisição das cadeiras da Kyocera Arena. Ele participou de um programa da Rádio Banda B (AM 550) nesta terça-feira, no qual a diretoria rubro-negra rebateu as recentes acusações de Onaireves Moura. De acordo com o ex-presidente da FPF, a intenção de Mario Celso Petraglia em que os jogos da Copa do Mundo fossem realizadas na Kyocera Arena era a de obter vantagens financeiras para empresas de seus familiares.
Malucelli iniciou sua explicação afirmando que o Atlético não efetua nenhum pagamento a empresa de engenharia para administrar o estádio. "Por ocasião da construção do estádio, o engenheiro responsável era o Dr. Enio Fornéa. Na época, foi contratada a empresa Voltoragui, administrada pelo engenheiro Luiz Volpato, que depois viria a se casar com a filha do Dr. Mario Celso Petraglia. Neste perÃodo, esta empresa foi responsável por administrar as obras", declarou. Segundo o advogado, após a inauguração da Arena, em 99, o próprio clube passou a efetuar a manutenção e a administração do patrimônio.
"De maneira, que não procede a informação de que estarÃamos pagando 15% a esta pessoa
(Volpato) pela administração do estádio. Não se apresentaram provas sobre isso e nem haveria como mostrar porque isso não é verdade. Aliás, desafiamos a mostrar qualquer prova disso porque o estádio é administrado pelo Atlético", esclareceu.
Cadeiras
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Cadeiras da Kyocera Arena: objeto de discussão [foto: RANK BRASIL] |
Ainda com relação ao estádio, Onaireves Moura acusou o Atlético de ter pago R$ 4 milhões por 21 mil cadeiras adquiridas de uma empresa chamada Kango Brasil Equipamentos Esportivos Ltda. Esta empresa teria sede no mesmo endereço da All Solution Gestão Empresarial, cujos sócios são o filho e a esposa de Petraglia. Malucelli negou tanto o fato de que o negócio foi estabelecido com a Kango quanto o valor divulgado pelo ex-presidente da FPF.
"Segundo o presidente da Federação, nós compramos 21 mil cadeiras de determinada empresa
(Kango). Na verdade, foram compradas 20.500 cadeiras da empresa Diepar ao custo de R$ 35 cada cadeira, totalizando um montante de R$ 717.500,00. Essas cadeiras tiveram um custo de R$ 717 mil e mais de R$ 720 mil de serviço de instalação e manutenção", esclareceu. "É preciso dizer que não são cadeiras de plástico. São cadeiras de assento, encosto total, com material de primeira qualidade. Não quebram facilmente, não são inflamáveis. São cadeiras de primeira qualidade", completou.
O diretor de marketing, Mauro Holzmann, admitiu que o custo da cadeira é superior a outros modelos disponÃveis no mercado, mas a escolha do Atlético se deu em virtude da qualidade do material, do atendimento a exigências da FIFA e de um projeto de longo prazo. "São cadeiras aprovadas pela FIFA. Quando o Atlético comprou essas cadeiras, já se visava isso
(a realização de competições oficiais da FIFA no estádio). Evidentemente, elas têm um preço maior do que outras, mas é porque são cadeiras de primeiro nÃvel, aprovadas pela FIFA. Mesmo assim, não é nem de perto os valores comentados na acusação do presidente da Federação", disse Holzmann. A diferença entre o valor mencionado por Moura e o informado pelo Atlético é de mais de R$ 2,5 milhões. "Todos os suportes da cadeira são de alumÃnio. A cadeira é feita de polipropileno. É um material que não desbota e é praticamente inquebrável. Só quebra se você der uma marretada. Você paga um pouco mais caro, mas em compensação você tem um tempo de uso muito maior. No final, ela é mais durável", observou o diretor de marketing.
Por fim, Malucelli assegurou que o Atlético não tem nenhum relacionamento comercial com a empresa Kango, citada na denúncia de Onaireves. "Esta empresa não tem qualquer vÃnculo
(com o Atlético). Existe uma empresa de colocação de cadeiras, mas esta empresa colocou cadeiras no estádio do Acre, em Joinville, no Mineirão. Aqui na Arena não foi esta empresa", garantiu.
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