Geral | domingo, 06 de maio de 2007, 19h45
Campeões estaduais criticam empresários de jogadores
Um tema que tem sido freqüentementre tratado pela diretoria do Atlético foi muito comentado neste domingo, dia de finais de diversos campeonatos estaduais: a influência dos empresários no futebol brasileiro. Desde o ano passado, o Atlético tem questionado a atuação de alguns agentes, que influenciam os atletas e nem sempre os levam a fazer as melhores escolhas. O caso mais emblemático no Furacão foi o do jogador Dagoberto, orientado pelos procuradores Marcos e Naor Malaquias, da Marcosul Massa.
Depois de conquistar o título paulista com o Santos, o técnico Vanderlei Luxemburgo fez questão de criticar a atuação dos empresários no futebol. "O futebol brasileiro não pode ficar na mão dos empresários, que interferem diretamente na vida dos clubes”, afirmou.
O assunto também ficou em voga no Paraná. Após a inédita conquista do Paranavaí, o dirigente Lourival Furquim revelou às rádios qual o segredo do sucesso para montar uma equipe sem gastar muito dinheiro e com grande potencial: "É só não deixar o empresário pegar metade do salário do jogador. Eu não trabalho com empresário. Hoje em dia o empresário fica com a maior parte do salário do jogador. E se algum empresário quiser me oferecer dinheiro por fora, já aviso que não aceito".
Luta do Atlético
A forte influência dos empresários é um dos grandes males do futebol brasileiro atual. Na mais recente entrevista coletiva concedida à imprensa, Mario Celso Petraglia fulminou os agentes: "Os empresários descobrem ou vão buscar futuros talentos, meninos com potencial e administram a vida deles. Porém, eles não se satisfazem com a participação no contrato deles, ou seja, aquele percentual de 10% que a Fifa permite pela transação do jogador. Eles querem participar dos direitos federativos, vamos chamar assim, a multa da rescisão. Então hoje os empresários querem o cachimbo, o fósforo, o chumbo, o pulmão".
A luta do Atlético para evitar que os empresários fiquem com a maior parte do dinheiro dos jogadores dura mais de um ano. Nos últimos meses, o clube chegou a revelar detalhes do contrato do atacante Pedro Oldoni com a Massa Sports. O instrumento previa que os empresários ficariam com 75% dos valores destinados ao jogador em caso de uma eventual transferência.
"Há uma interferência de uma figura nova no futebol brasileiro, o agente. O futebol sempre foi centrado no clube, como o formador, como aquele que corre risco para que o jogador possa ser revelado. Com o surgimento do agente, do representante, do procurador, com o surgimento deles graças à uma brecha da legislação, essas pessoas começam a ter vantagem financeira em cima de um valor que não é um mero produto, é um valor cultural, que são os direitos federativos. Esses direitos federativos são uma remuneração justa pelo que o clube faz na formação dos atletas", denunciou o presidente João Augusto Fleury da Rocha em entrevista à Rádio Banda B no início de 2006.
Meses depois das declarações da diretoria do Atlético, dirigentes de outros clubes também passam a reclamar da interferência dos empresários e a revelar casos de evidente prejuízo aos times e aos próprios atletas, que muitas vezes sequer têm noção da extensão da participação dos agentes.
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Matéria do site Furacao.com:
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