O Atletiba dos 4 a 3
por NÃlson Borges
O jogo inesquecÃvel da minha carreira foi um Atletiba de 1971, no Belfort Duarte. O jogo começou bem disputado. O Coritiba fez 1 a 0, mas o jogo estava lá e cá. Mas logo em seguida o árbitro marcou um pênalti no Sicupira. Na hora, ele saiu da bola, disse que não dava para cobrar. Até hoje eu brinco com ele sobre isso. Eu, muito besta, perguntei ao Carabina (técnico do Atlético) quem deveria bater. Para quê, né? Lá fui eu para a cobrança. Eu não batia pênalti, nunca gostei. Eu tinha jogado emprestado ao Coritiba e batia bola com o Célio (goleiro do Coritiba), que sabia como eu jogava e batia. Toda marca de pênalti tem um buraco, isso é normal. Eu botei a bola na cal e ela caiu no buraco. Quando eu fui arrumar a bola, o Palmerini (árbitro) falou: é aà mesmo, não mexe. Ele não me deixou arrumar. Eu bati embaixo da bola pra tirar do buraco, ela bateu no travessão e foi pra fora. A pressão aumentou, a torcida cobrando.
Logo depois, eu fiz um gol e o Palmerini, filha da mãe, anulou. Foi aquela discussão e logo depois o Coritiba fez 2 a 0. Aquilo deu uma força pra nós e conseguimos empatar o jogo ainda no primeiro tempo. O Sicupira fez o primeiro e eu fiz o segundo.
Voltamos para o segundo tempo e o Valtinho virou o jogo. Depois, o Amauri foi no fundo e deu uma paulada. Eu tomei coragem e meti a cabeça. Eu não fazia muito gol de cabeça, então esse foi especial. Eu fui à torcida do Coritiba para vibrar na frente deles (risos). O que me jogaram de foguete! Depois do quarto gol, nós começamos a brincar, a botar eles na roda. Eles fizeram o terceiro e daà foi um "pau" desgraçado. Quando acabou o jogo, foi uma festa, a cidade ficou com todo mundo pulando. Foi um negócio incrÃvel.
Matéria do site Furacao.com:
https://www.furacao.com/materia.php?cod=21172
© Furacao.com. Todos os direitos reservados. Reprodução permitida desde que citada a fonte.